ATA DA SEPTUAGÉSIMA NONA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 24-9-2001.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de setembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Ervino Besson, Estilac Xavier, Haroldo de Souza, Helena Bonumá, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei e Paulo Brum. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Antonio Hohlfeldt, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Humberto Goulart, Isaac Ainhorn, José Fortunati, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Septuagésima Sexta Sessão Ordinária que, juntamente com a Ata da Septuagésima Quinta Sessão Ordinária, deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Haroldo de Souza, o Projeto de Lei do Legislativo nº 229/01 (Processo nº 3270/01); pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 494, 495 e 496/01, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. A seguir, por solicitação dos Vereadores Maristela Maffei e João Antonio Dib, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Vereador Carlos Gato, do Partido Verde do Município de Boquim - SE, e ao Senhor Aldo Azambuja Guimarães, Presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado do Rio Grande do Sul - AFPERGS, falecidos respectivamente nos dias vinte e dois e vinte e três de setembro do corrente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos Senhores João Antonio Bretanha Santos e Maria Regina Paiva Duarte, respectivamente Diretor Administrativo da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU - e Presidenta do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal - UNAFISCO SINDICAL, que procederam à apresentação de manifestação do “Fórum Fisco do Estado do Rio Grande do Sul”, em relação ao Projeto de Lei Complementar em tramitação no Senado Federal, que dispõe sobre a criação do “Código de Defesa do Contribuinte”, ressaltando que, no entender de Suas Senhorias, o referido Projeto tem como objetivo obstruir o trabalho da fiscalização e facilitar a sonegação de impostos por parte de contribuintes inadimplentes. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Adeli Sell, João Antonio Dib, Elói Guimarães, Reginaldo Pujol, Raul Carrion e Ervino Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e quarenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Após, face Requerimento verbal formulado pelo Vereador Nereu D’Avila, solicitando manifestação da Procuradoria da Casa acerca da possibilidade de Suplentes requererem a realização de Sessões Solenes neste Legislativo, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos a respeito do assunto, tendo o Vereador Estilac Xavier manifestado-se sobre o tema. Também, foi apregoado Requerimento da Vereadora Maria Celeste, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Juberlei Bacelo, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Na ocasião, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Estilac Xavier, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento dos Suplentes Darci Campani e José Valdir em assumirem a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maria Celeste. Também, foi apregoada Declaração firmada pela Suplente Berna Menezes, informando seu impedimento em assumir a vereança no dia de hoje, em substituição à Vereadora Maria Celeste. A seguir, o Senhor Presidente registrou o comparecimento do Senhor Rogério Santanna e da Senhora Adriana Felippe, respectivamente Presidente e Assessora de Informática da Companhia de Processamento de Dados de Porto Alegre - PROCEMPA, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Suas Senhorias, que dissertaram sobre a liberação, por parte dessa entidade, do acesso para a Câmara Municipal de Porto Alegre de informações relativas ao andamento dos processos que tramitam no Poder Executivo, através do Programa de Gerenciamento de Processos Administrativos - GPA. Ainda, procederam à apresentação de material alusivo ao referido Programa e informaram que seria distribuído aos Senhores Vereadores manual explicativo sobre o tema. Também, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Vereadores Estilac Xavier, João Antonio Dib, Carlos Alberto Garcia, Raul Carrion, Isaac Ainhorn, Elói Guimarães e Sebastião Melo, que se manifestaram a respeito do assunto abordado pelos Senhores Rogério Santanna e Adriana Felippe. Na ocasião, face manifestação do Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente comunicou que o acesso ao sistema contábil do Executivo Municipal se encontra à disposição dos Senhores Vereadores. Às quinze horas e dezenove minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar o transcurso do qüinquagésimo sexto aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos - ACEG, do quadragésimo quinto aniversário da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul - ARFOCRS, do Dia do Radialista e do Dia do Rádio, nos termos do Requerimento nº 203/01 (Processo nº 3249/01), de autoria do Vereador Haroldo de Souza. Compuseram a Mesa: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa - ARI; o Senhor Paulo Castro Dias, Presidente da ARFOCRS; a Senhora Vera Spolidóro, Coordenadora de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre; o Senhor João Garcia, Presidente da ACEG; o Vereador Paulo Brum, 2º Secretário da Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza ressaltou o serviço prestado pelo rádio à coletividade, caracterizando-o como o veículo mas ágil dos dias de hoje na propagação da informação e do entretenimento. Também, destacou o trabalho realizado pela Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos e pela Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul, justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente homenagem. O Vereador João Bosco Vaz enalteceu a iniciativa do Vereador Haroldo de Souza, no sentido de propor a homenagem hoje prestada por este Legislativo, mencionando que esta solenidade tem por objetivo resgatar o real valor do rádio e da informação por ele veiculada, salientando os serviços prestados pelas instituições que fazem parte da imprensa gaúcha. Também, externou sua insatisfação pela situação vivida atualmente pela categoria dos jornalistas no Estado. O Vereador Carlos Alberto Garcia parabenizou o Vereador Haroldo de Souza pela iniciativa de propor a presente solenidade em homenagem ao transcurso do qüinquagésimo sexto aniversário da ACEG, do quadragésimo quinto aniversário da ARFOCRS, do Dia do Radialista e do Dia do Rádio, exaltando o trabalho desenvolvido pela imprensa esportiva no Estado do Rio Grande do Sul, através da divulgação de informações precisas aos ouvintes. O Vereador Cassiá Carpes prestou sua homenagem ao transcurso do qüinquagésimo sexto aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos - ACEG, ao quadragésimo quinto aniversário dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul - ARFOCRS, ao Dia do Radialista e ao Dia do Rádio, destacando a interação existente entre os radialistas e comunicadores com as comunidades abrangidas pela sua atuação profissional. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença do radialista Paulo Mesquita, da Rádio Guaíba. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Isaac Ainhorn parabenizou o Vereador Haroldo de Souza pela iniciativa da presente homenagem, comentando aspectos e características peculiares à atividade de radiodifusão, aludindo à instantaneidade proporcionada pelo rádio na transmissão de notícias e informações e afirmando que os modernos meios de veiculação de imagens não têm o condão de substituir a fotografia como meio principal de registro visual dos fatos do cotidiano. O Vereador Elói Guimarães avaliou a importância das atividades desenvolvidas pelos profissionais do jornalismo fotográfico para a manutenção da memória dos fatos relevantes à sociedade, através da fixação das suas imagens. Também, declarou ser o rádio o principal veículo de comunicação de massa, salientando o seu caráter de ampla acessibilidade, facilidade de utilização e manuseio e sua disseminação através de todas as camadas sociais. O Vereador Luiz Braz, tecendo considerações sobre as atividades exercidas por Sua Excelência como radialista e comunicador, manifestou-se sobre o papel desempenhado pela radiodifusão na formação e qualificação da opinião pública sobre os fatos políticos e econômicos incidentes sobre a sociedade. Ainda, criticou a inexistência de critérios mais rígidos para o exercício da atividade de radialista, afirmando que isso traz prejuízos a essa categoria profissional. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor João Garcia, que destacou a importância da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto Alegre ao qüinquagésimo sexto aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos - ACEG, ao quadragésimo quinto aniversário dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul - ARFOCRS, ao Dia do Radialista e ao Dia do Rádio. Às dezesseis horas e dezesseis minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e dezoito minutos, constatada a existência de quórum. Após, foi apregoado documento constante no Processo nº 3564/01, firmado pelo Vereador Fernando Záchia, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, comunicando a inclusão da tarde do dia vinte e cinco de setembro do corrente no período de Representação Externa de Sua Excelência, quando participará do XXXII Congresso Nacional de Vereadores e Agentes Públicos Municipais, a ser realizado do dia vinte e seis ao dia vinte e oito de setembro do corrente, em Maceió - AL. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib reportou-se à realização, ontem, das eleições prévias para a indicação do candidato do Partido Progressista Brasileiro - PPB - às próximas eleições para o Governo do Estado, informando ter sido o Senhor Celso Bernardi vitorioso nesse processo. Também, registrou a eleição do Senhor Hugo Mardini como Presidente do Diretório Municipal do Partido Progressista Brasileiro em Porto Alegre. O Vereador Raul Carrion discorreu sobre a Conferência Municipal do Partido Comunista do Brasil - PC do B, realizada nos dias vinte e um e vinte e dois de setembro do corrente. Ainda, convidou a todos para participarem, amanhã, de evento promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria, Purificação e Distribuição de Águas e Esgotos do Rio Grande do Sul - SINDIÁGUA, para tratar de questões relativas às políticas sócioeconômicas vigentes no País. O Vereador Nereu D’Avila leu trechos de matéria veiculada no Jornal Zero Hora do dia vinte e dois de setembro do corrente, que versa sobre o Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU e a possibilidade do mesmo ser aplicado de forma progressiva no Município. Nesse sentido, contrapôs-se à adoção desse sistema pelo Executivo Municipal e comentou declarações do Senhor José Eduardo Utzig, Secretário Municipal da Fazenda, sobre o assunto. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a respeito de mobilização organizada por segmentos da comunidade do Bairro São Geraldo com o intuito de chamar a atenção do Executivo Municipal para os constantes alagamentos que ocorrem nesse Bairro, ressaltando a necessidade da implementação de ações eficazes, pelo Departamento Municipal de Esgotos Pluviais - DEP, para combater esse problema. O Vereador Beto Moesch externou seu apoio à Jornada Internacional Contra o Uso de Automóveis, realizada em Porto Alegre no dia vinte e dois de setembro do corrente, analisando artigo de autoria do Senhor Luiz Carlos Bertotto, Diretor da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - sobre esse tema. Também, questionou as políticas públicas municipais referentes à diversificação dos meios de transporte na Cidade. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projeto de Lei do Legislativo nºs 231 e 237/01, discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/01, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Adeli Sell, Juarez Pinheiro e Estilac Xavier; em 4ª Sessão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 007/01, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib e Estilac Xavier. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Bernardo Amaro, do PMDB, do Município de Cachoeirinha - RS. Em continuidade, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea "g", do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Raul Carrion, que discursou sobre a participação de Sua Excelência, como representante deste Legislativo, em Encontro Internacional promovido pela Fundação Rodney Arismendi e realizado do dia treze a quinze de setembro do corrente, em Montevidéu - Uruguai, com o objetivo de debater questões pertinentes à manutenção dos valores democráticos no mundo atual. Também, analisou dados divulgados pela Organização Nações Unidas - ONU - alusivos à dívida externa dos países em desenvolvimento. Na ocasião, foi apregoado o Ofício nº 040/01 (Processo nº 3672/01), de autoria do Vereador Haroldo de Souza, comunicando sua filiação ao Partido Humanista da Solidariedade, a partir do dia de hoje. Também, foram apregoadas as Emendas nºs 01 e 02, de autoria do Vereador Fernando Záchia e assinadas pela Vereadora Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 027/00 (Processo nº 0543/00). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Alberto Garcia registrou o início, ontem, da XVII Semana do Idoso de Porto Alegre e comparou dados relativos à desvalorização dos proventos recebidos pelos aposentados e os índices de inflação no Brasil. Dessa forma, convidou a todos para aderirem ao abaixo-assinado em apoio a Projeto de Lei Complementar de iniciativa popular, que busca revisar os valores dos benefícios da previdência social. O Vereador Estilac Xavier discordou do posicionamento do Vereador Nereu D'Avila em relação à cobrança do IPTU progressivo. Também, comentou parecer exarado pela Juíza de Direito Maria José Schmitt Sant'Anna, que negou provimento a ação cautelar inominada impetrada pelo Montepio dos Funcionários do Município de Porto Alegre, a qual alegava a inconstitucionalidade da Lei Complementar nº 466/01, que institui o Regime Próprio de Previdência Municipal de Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em resposta ao pronunciamento efetuado pelo Vereador Estilac Xavier, analisou criticamente as razões do Veto Parcial do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/01, que dispõe sobre o regime previdenciário municipal, argumentando que esse procedimento se constitui numa desconsideração aos esforços desenvolvidos pela Casa para a aprovação do referido Projeto. O Vereador Elói Guimarães reportou-se às distorções salariais existentes no País, no que se refere à implantação dos salários mínimos regionais, afirmando que a falta de isonomia e critérios para a determinação desses valores levam a injustiças, especialmente contra os aposentados. Nesse sentido, declarou que, no entender de Sua Excelência, não existe proporcionalidade entre os reajustes que percebem os inativos e as categorias beneficiadas pelo salário mínimo. O Vereador Antonio Hohlfeldt pronunciou-se favoravelmente à edição da Medida Provisória nº 2208/01 pelo Governo Federal, que desobriga aos menores de dezoito anos a confecção de carteira estudantil para ingresso em estabelecimentos de diversão e eventos culturais ou esportivos. Também, considerou positiva a possibilidade de emissão dessas carteiras por entidades estudantis e aludiu à extensão desses benefícios aos jovens trabalhadores. A seguir, o Vereador Humberto Goulart informou a realização amanhã, às dezoito horas, de missa de sétimo dia em memória da funcionária Enilda Rosa Prestes, a ser realizada na Capela localizada nesta Casa. Após, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal do Vereador Carlos Alberto Garcia, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante da Ordem do Dia, tendo o Vereador João Antonio Dib manifestado-se acerca do quórum da presente Sessão. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 201/00, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos Alberto Garcia, Estilac Xavier, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, Elói Guimarães e Raul Carrion. Às dezoito horas e trinta e sete minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Fernando Záchia, Carlos Alberto Garcia, Reginaldo Pujol, Paulo Brum e Ervino Besson e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 2º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª Secretária e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI (Requerimento): Sr. Presidente, com pesar solicito, em nome do Partido dos Trabalhadores, um minuto de silêncio pela morte do Ver. Carlos Gato, Vereador de Sergipe, que lutou por uma causa justa, contra a exploração do trabalho infantil. Conheci este Vereador em São Paulo, em 1999, no Fórum do Tribunal Internacional contra a Exploração do Trabalho Infantil. Esse Vereador presidia o Sindicato dos Trabalhadores de Citricultura de Sergipe. Foi brutalmente assassinado por fazer as denúncias pertinentes ao trabalho escravo de crianças e adolescentes naquela região. Solicito, em nome da Bancada do PT e com certeza em nome da Casa, um minuto de silêncio pelo falecimento desse nobre Vereador que lutou por uma causa pela qual todos nós lutamos: contra a exploração do trabalho infantil. Muito obrigada.

 

O SR. JOÃO DIB (Requerimento): Eu gostaria de aditar ao Requerimento da Ver.ª Maristela Marfei estendendo essa homenagem à figura do Sr. Álvaro Azambuja Guimarães, que recentemente recebeu o Título de Cidadão de Porto Alegre, Presidente da Associação dos Funcionários do Estado, que faleceu ontem.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Faremos um minuto de silêncio.

 

(É feito um minuto de silêncio.)

 

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Estamos recebendo hoje a Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU para apresentação de manifestação do Fórum Fisco do Estado do Rio Grande do Sul, em relação ao Projeto de Lei Complementar do Senado, “Código de Defesa do Contribuinte”.

O Sr. Mauro José Hildalgo Garcia, Presidente, está com a palavra.

Recebemos informação da Diretoria Legislativa no sentido de que o Sr. Mauro Hildalgo está viajando. Utilizará a tribuna o Sr. João Antonio Santos, Diretor Administrativo por cinco minutos, bem como a Sr.ª Maria Regina Paiva Duarte, Presidenta da UNAFISCO Sindical em Porto Alegre.

 

O SR. JOÃO ANTONIO SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos aqui representando a Associação dos Fiscais de Tributos, haja vista que o nosso colega Mauro Hidalgo, Presidente da Associação, encontra-se em Brasília justamente para defender os interesses do setor público na questão do Código de Defesa do Contribuinte. O Código do Contribuinte deve garantir que não haja impostos abusivos, que não permita a sonegação criando empecilhos a uma ação fiscal eficaz.

O Projeto de Lei Complementar nº 646 de 1999, que está tramitando atualmente no Congresso Nacional, e é chamado de Código de Defesa do Contribuinte, serve como poderosa ferramenta de legalização da impunidade, caso for aprovado, pois impõe dificuldades à realização de uma completa e perfeita verificação fiscal, escondendo o enriquecimento ilícito, protelando débitos tributários, numa clara intenção de sobrecarregar o Judiciário, vedando ao fisco o acesso às movimentações financeiras e bancárias, extinguindo meios coercitivos de cobrança administrativa como a Certidão Negativa de Débito, o que permite licitações onde quem paga e quem sonega seus tributos concorram em igualdade.

E quem disse que o contribuinte não gosta de pagar impostos? O contribuinte consciente sabe que o imposto bem aplicado reverte em bem público, em melhorias na qualidade de vida, em crescimento da nação e conseqüentemente num futuro melhor para os seus próprios filhos.

Quando se trata de Código de Defesa do Contribuinte, deve-se ter em mente que o verdadeiro contribuinte é o cidadão consumidor, ao qual os comerciantes e prestadores de serviços, contribuintes de direito, repassam estes encargos. Vale lembrar que aos contribuintes de direito já são garantidos um amplo rol de direitos e garantias elencados pela Constituição Federal de 1988, através do poder de tributar dos entes federados.

Uma ferramenta que estabeleça direitos e deveres dos contribuintes de forma coerente, proporcionando um equilíbrio orçamentário capaz de gerar benefícios sociais, é o que necessita a Fazenda Pública, que administra esses recursos.

Finalmente, citamos Sasha Calmon, quando disse: “Não pode a ordem jurídica de um país razoavelmente civilizado fazer do sigilo bancário um baluarte em prol da imunidade a favorecer proxenetas, bicheiros, corruptos, contrabandistas e sonegadores de tributos.

O que cumpre ser feito é uma legislação cuidadosa que permita a manutenção dos princípios da privacidade e do sigilo de dados, sem torná-los bastiões da criminalidade. De resto, resta a sabedoria popular: quem não deve, não teme. A recíproca é verdadeira. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Convido o Sr. João Antonio Santos para compor a Mesa. A Sr.ª Maria Regina Paiva Duarte está com a palavra.

 

A SRA. MARIA REGINA PAIVA DUARTE: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, nós estamos aqui representando uma categoria de fiscais do Estado do Rio Grande do Sul. E nós queremos denunciar a que serve este projeto denominado de Código de Defesa do Contribuinte. Na verdade, este Código tem um nome bastante simpático, bem interessante, e, a princípio as pessoas entendem que ele é um código que deve defender os interesses dos contribuintes. Na verdade, os direitos que os contribuintes possuem já estão consolidados na legislação que existe atualmente. O Código, no que se refere aos direitos, simplesmente repete aquilo que já está na legislação. Então, nós nos perguntamos: a quem, de fato, está servindo esse Código de Defesa do Contribuinte ? O projeto, que é de autoria do Senador Jorge Bonhaursen, que é do PFL, na verdade está procurando engessar a fiscalização, chegando ao absurdo de nós depararmos a seguinte situação: o errado – nós podemos considerar assim – é fiscalizar e não sonegar. Porque este Código pretende engessar a fiscalização.

Um país que é campeão da evasão fiscal não pode se dar ao luxo de aprovar esses engessamentos que aparecem no Código. Por exemplo: o fiscal não vai poder chamar a força policial nas suas atividades de fiscalização, com exceção de um mandado judicial. Quer dizer, aquele fiscal que esta enfrentando uma poderosa corporação vai-se sentir totalmente desprotegido ao fiscalizá-la, porque ele sequer vai poder chamar a autoridade policial.

Nós temos outros absurdos. Para os contribuintes não vai ser mais necessário apresentar uma Certidão Negativa de Débitos. Então, o que isso favorece? A empresa que não está pagando, porque aquela que está pagando os seus impostos em dia certamente não vai poder competir em preços com aqueles que não estão pagando e conseguem a mesma certidão negativa.

Por exemplo, se no decorrer da fiscalização nós, como auditores e como fiscais, conseguirmos que o contribuinte se declare culpado das coisas que ele fez, das sonegações que ele fez, esse instrumento não vai poder servir como prova em nenhum momento. Quer dizer, até isso, chegou ao absurdo de proibir que se consiga uma prova, que antes era considerada lícita.

Outra coisa que chama a atenção é que esse código vai acabar com o flagrante fiscal. O contribuinte deve ser avisado da visita do fiscal. Até vocês podem estranhar o termo visita, mas de fato é o que vai se tornar. Fiscal, para ir na empresa, tem que avisar com cinco dias de antecedência. Além do mais, nós só vamos poder ler aqueles livros aos quais se referem as nossas matéria. Por exemplo: um fiscal da Receita Federal não pode ver livros do ICMS e vice-versa. Então, isso só vai favorecer os sonegadores, e não os bons contribuintes, porque para os bons contribuintes isso não vai afetar em nada.

Outra coisa que chama a atenção no Código: ele vai tornar inviável fiscalizações em grandes empresas em função do prazo. Quer dizer, na medida em que nós temos um prazo delimitado para terminar as atividades, vai ser impossível pesquisar grandes fraudes e grandes sonegações.

Nós poderíamos citar ainda outras amarrações que este Código traz para a fiscalização, mas o que nós vamos nos perguntar agora é, de fato, para quem serve esse projeto chamado Código de Defesa do Contribuinte. Será que é mesmo para o contribuinte, ou são para os grandes sonegadores? Era isso. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Sr.ª Maria Regina Paiva dos Santos. Também a convidamos para compor a Mesa.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, pela Bancada do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, queremos parabenizar a clareza, a coragem, a determinação da AIAMU de levantar essa questão. É por demais importante que alguém, que uma entidade idônea do Município de Porto Alegre venha a esta Casa dizer clara e objetivamente o que significa esse Código do Contribuinte, como foi dito, aparentemente simpático, no entanto, é um Código para beneficiar única e exclusivamente o sonegador. E mais, nós não podemos aceitar, isso é intolerável, num País, que nós sabemos, cheio de caixa-2, cheio de mecanismos de lavagem de dinheiro, que o fiscal precise avisar com antecedência uma visita e muito menos essa questão de não poder usar os vários livros e os vários aspectos da contabilidade.

Nós temos uma pendenga, inclusive, aqui, eu tenho Projeto nesse sentido, na CRT Telecom e nas Empresas de telecomunicações há uma burla freqüente de impostos – talvez a CPI que o Ver. João Bosco Vaz está propondo vá provar, mais uma vez, o quanto temos razão em levantar essa questão. Nós não podemos aceitar a aprovação. Talvez com essa decisão da AIAMU de vir aqui nos instigar, talvez esta Câmara, por ser vanguarda, por ser uma Câmara preocupada com aqueles que de fato contribuem com o Município, que contribuem com o Estado e com a Federação e que são contra a sonegação, possam fazer um amplo movimento nacional; talvez os Vereadores desta Casa possam puxar esse movimento junto com a AIAMU, com a FINAFISCO e outras entidades e outros Estados para barrarem a aprovação desse Projeto no Congresso Nacional. Seria mais uma imoralidade praticada pelo Congresso Nacional se esse Projeto viesse a vingar, porque ele beneficia única e exclusivamente os sonegadores, não tem nenhuma preocupação com o contribuinte, muito menos com aqueles que pagam impostos, que somos nós, os cidadãos de Porto Alegre e de qualquer cidade ou Estado deste País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente Srs. Vereadores, ilustres representantes da AIAMU, eu tenho em mãos aqui um quadrinho que diz: (Lê.) “Quando os homens são puros, as leis são desnecessárias; quando são corruptos, as leis são inúteis” - Thomas Jefferson.

Nós vivemos em um País que faz excessivo número de leis, e não se preocupam com o cumprimento da lei que deveria ser a primeira coisa. Aliás, a liberdade inicia quando as leis são cumpridas. Mas, tristemente, vemos, todos os dias, alguém querendo fazer uma lei que, ao invés de somar para o bem comum, tumultua a vida dos brasileiros.

Eu quero cumprimentar a AIAMU pela atenção que tem com esse problema e que merece a atenção de todos os legisladores deste País. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós queremos trazer a nossa saudação pelas exposições aqui feitas. Nós não conhecemos, em profundidade, o referido Código de Defesa do Contribuinte, mas, pelas informações trazidas e com a experiência que a AIAMU tem nesse terreno, através do seu corpo de funcionários e dirigentes, já se pôde detectar situações extremamente não-indicadas para serem adotadas em uma política de fiscalização no nosso País. Nós todos sabemos, isso é público e notório, que há uma perda enorme de substância financeira em face, muitas vezes, das dificuldades que tem a fiscalização e por falta de fiscalização. Então, quando nós temos esse quadro a nossa frente e queremos que o País se desenvolva e queremos eliminar os ralos ligados à sonegação, à corrupção, etc. e tal, com esses dados aqui colocados, nós chegamos à conclusão de que temos que fazer um movimento na defesa, no sentido de defender os interesses maiores do País, não permitindo que um Projeto dessa natureza, com esse teor, seja aprovado. Cumprimentamos os representantes da AIAMU pela luta que estão empreendendo, que é altamente positiva no sentido de não perdermos essa riqueza que a todo o momento o País perde e necessita dela. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, saúdo os representantes da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre, AIAMU, que nos honram com a sua presença. Lamento não ter podido ouvir a exposição na íntegra. Nós fomos convocados para resolver uma situação administrativa da Casa nesse período, razão pela qual os cumprimentos não envolvem o mérito da colocação; ao conhecer a tradição da entidade, de grande respeitabilidade, só pode ter sido uma contribuição positiva. Evidente que eu não tenho uma visão negativa da proposta em tramitação no Congresso Nacional, de proteção ao contribuinte, mas não deixo de reconhecer que é uma matéria extremamente delicada, que deve merecer, inclusive desta Casa, um aprofundamento maior, não só pela contribuição aqui trazida pela AIAMU, mas também por outras contribuições que possam ser trazidas no estabelecimento do contraditório.

Peço que ao se analisar esse Projeto, não se olhe apenas a árvore, esquecendo a floresta; não se cogite que a fiscalização, em todos os quadrantes do território brasileiro seja respeitada, profissionalizada e competente como é aquela que a AIAMU representa aqui em Porto Alegre pelos profissionais da área municipal. Não se esqueçam que é uma lei que pretende atingir a todo o território brasileiro, onde as mazelas são outras, que não aquelas que o nosso cotidiano nos oferece. Não permitamos que excessos façam com que passemos a omissos num processo que realmente há de merecer a atenção deste Legislativo, de forma a contribuir objetivamente para a sua equação, no melhor interesse público e na defesa do contribuinte, sim, mas também em defesa do erário.

Meus cumprimentos e perdão por não ter assistido toda a sua exposição e a da sua colega, mas tenho a certeza que depois poderei compulsar os registros feitos aqui na Casa. Voltem sempre para debater temas desta natureza. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, PC do B, eu quero parabenizar a AIAMU pela sua vinda aqui e a clareza, a objetividade e a argumentação precisa que trouxe, irrefutável, mostrando que não é nenhum Código de Defesa do Contribuinte, mas é o verdadeiro código de defesa do sonegador. Na verdade, é um “trenzinho da alegria” de um governo em fim de mandato, que já terminou e ainda não sabe que terminou; governo que está se apagando num mar de corrupção em um País onde 50% são os cálculos da sonegação e da evasão fiscal. Um País que tem hoje talvez 50% de seu orçamento para pagar os banqueiros externos. E todas as necessidades do nosso povo, e uma lei que na verdade põe a raposa a cuidar dos galinheiros: cinco dias antes, avisam o sonegador para ele organizar a casa, porque nós vamos lá ver se existe algum problema. Aliás, fica uma pergunta: se existisse alguma preocupação com o contribuinte, por que há sete anos o imposto de renda não tem sua base de cálculo alterada? Hoje quem ganha cinco salários mínimos, que são 900 reais, já está entrando na faixa de contribuinte do imposto de renda. Se quisessem proteger o contribuinte que começassem corrigindo a base do imposto de renda. Aliás, salário nunca foi renda, qualquer economista sabe que salário é uma coisa e renda é outra. Renda são os ganhos de capital, são os ganhos em juros, e assim por diante.

Para finalizar, gostaríamos de fazer um paralelo entre o nefasto Código com a chamada Lei de Responsabilidade Fiscal, que também deveria ser conhecida como a “Lei da Irresponsabilidade Social”. Uma Lei em que tudo se corta para fazer fechar o caixa, menos o pagamento de juros e de serviços da dívida. São duas leis que desmascaram, que desvelam o caráter do atual Governo Federal, que está a serviço do grande capital financeiro nacional e internacional, e dos grandes sonegadores, agora. Essa é a visão do PC do B. Parabéns mais uma vez à AIAMU. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): O Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, Sr. João Antonio e Sr.ª Maria Regina que hoje estão nesta Casa representando a Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre. Nós também queremos saudar a presença de vocês e dizer que esta Casa, e a Bancada do PDT, se coloca, desde já, à inteira disposição de vocês para que nós possamos, juntos, tomar conhecimento desse Código de Defesa do Contribuinte, porque penso que nenhum de nós Vereadores e Vereadoras temos conhecimento do que exatamente trata esse Código. Nós somos sabedores de que a carga tributária do nosso contribuinte já é pesada hoje, então vejam bem, de repente cria-se um código e as pessoas honestas que contribuem, que estão agüentando no osso do peito, levando essa luta, o fazem em detrimento daqueles que não contribuem. Parece que é mais um crime que se comete contra o contribuinte.

Não só esta Casa, mas o Brasil inteiro tem de se levantar nessa luta para que nós possamos alertar o Senado para que não cometa mais essa injustiça em cima dos nossos honestos contribuintes.

Saúdo a presença de vocês, e penso que esta Casa, como eu já disse, se coloca à disposição para que nós possamos levar a outros parlamentos essa luta que vocês estão hoje, aqui, trazendo ao nosso conhecimento. Saúde e paz a vocês. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Obrigado, Ver. Ervino Besson. Todas as Bancadas se manifestaram.

Prezados Sr. João Antonio e Sr.ª Maria Regina, esta Casa quer parabenizá-los por terem utilizado a Tribuna Popular, que está sempre aberta, à disposição de toda a população da Cidade. Os Senhores vieram trazer alguns subsídios para que nós, como Vereadores, possamos discutir, refletir, e talvez também fazer algum movimento junto ao Senado do nosso País, para a contribuição, o aprimoramento desse Código de Defesa do Contribuinte. Esta Casa, mais uma vez, se coloca à disposição tantas vezes quantas os senhores julgarem necessárias para prestarem algum esclarecimento.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h43min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 14h44min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. NEREU D’AVILA (Requerimento): Sr. Presidente, na condição de Líder do PDT, ou de qualquer líder, o Regimento autoriza que sejam indicados os Vereadores a fim de usarem da palavra em Sessões Solenes, em Sessões Especiais ou correlatas. Eu, neste instante, recebi um documento para a indicação do Vereador do PDT para uma Sessão Solene a funcionários da Universidade, ou coisa que o valha, isso não vem ao caso, porque o mérito eu acredito que é relevante, importante. O que eu quero questionar é que é assinado por uma senhora cidadã, chamada Berna Menezes, que eu nem conheço e que se intitula Vereadora e assina essa questão.

A minha Questão de Ordem não é para obstaculizar direito de ninguém, pelo contrário, mas se cada Vereador-Suplente assumir nesta Casa e fazer esse tipo de reivindicação, ocupando toda a estrutura da Casa, que já é pequena, então, nós teremos não 33 Vereadores, que foram realmente eleitos pelo povo, mas 34, 35, 36, o que for. E nós sabemos que está ficando muito restrita a assessoria e a estrutura para essas Sessões Solenes que envolvem toda a Casa praticamente.

A minha Questão de Ordem é no sentido de que V. Ex.ª consulte a Procuradoria, ou encaminhe à Mesa, quem sabe, para uma mudança no Regimento ou qualquer coisa que o valha. Nada contra a essa Vereadora que assumiu, não a conheço pessoalmente. Não é questão partidária, absolutamente, porque, outro dia, foi o Ver. Bernd, mas a questão é de precisar os limites dos trabalhos desta Casa. Ela deve ter assumido no dia em que fez esta proposta, e agora assume no dia da Sessão. No meu entendimento, há alguma coisa que não está bem encaminhada, digamos assim.

Era isso e agradeço a V. Ex.ª pela tolerância.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, eu acabei não entendendo a Questão de Ordem do Ver. Nereu D’Avila, na medida em que ele, inclusive, antecedeu, nos seus argumentos, os fatos que demonstraram que, na Casa já é comum Vereadores-Suplentes fazerem homenagens, fazerem Sessões. Ele até citou um deles e têm outros casos. Então, talvez seja uma expressão de inconformidade, mas isso não requer Questão de Ordem. Eu penso que não tem o que ser respondido.

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia): Mas esta Presidência quer responder ao Ver. Nereu D’Avila. Vereador, toda vez que um Vereador-Suplente assume, nesse momento, ele está investido da titularidade e, como tal, ele pode usufruir dos mesmos direitos de todos os 33 Vereadores. Portanto, se a Ver.ª Berna Menezes, no dia em que estava em exercício, solicitou, ela está no seu pleno direito. Ao mesmo tempo, V. Ex.ª, que já foi Presidente da Casa, sabe que qualquer Vereador pode propor alteração do Regimento. Então, V. Ex.ª pode propor uma alteração do Regimento, a Mesa vai acolher, e o Plenário, de maneira soberana, vai decidir. Mas eu volto a insistir: é um direito legítimo de todo e qualquer Vereador na suplência, ao assumir a titularidade, ter a prerrogativa de todos os direitos dos 33 Vereadores efetivos.

A Ver.ª Maria Celeste solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. O seu suplente Darci Campani está impedido de assumir, bem como os Vereadores suplentes José Valdir e Berna Menezes.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Ver.ª Maria Celeste, e dada a posse ao Suplente, conforme consta na Ata.)

 

Estamos recebendo o comparecimento do Sr. Rogério Santanna, Presidente da PROCEMPA, que abordará o tema liberação do acesso para a Câmara Municipal de Porto Alegre de informações relativas ao andamento dos processos que tramitam no Poder Executivo, através do GPA. Sr. Rogério Santanna, queira ocupar a Mesa.

O Sr. Rogério Santanna está com a palavra.

 

O SR. ROGÉRIO SANTANNA: Ex.mo Sr. Presidente, Ver. Carlos Alberto Garcia; Srs. Líderes das Bancadas; Srs. Vereadores; senhoras e senhores, é uma honra estar hoje aqui representando a Prefeitura de Porto Alegre, a PROCEMPA, trazendo a possibilidade de acesso a esse sistema de informação que permitirá maior acompanhamento, por parte da Câmara Municipal de Porto Alegre, do andamento dos processos administrativos no âmbito da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Esse sistema, que é conhecido dentro da Prefeitura de Porto Alegre, como GPA - Gerenciamento de Processos Administrativos, tem acesso a mais de quatro milhões e trezentos mil processos conclusos ou em andamento dentro da Prefeitura de Porto Alegre. E permitirá aos senhores, então, o conhecimento mais detalhado do andamento dos processos.

Tomamos a liberdade de preparar uma pequena demonstração que a Supervisora Adriana Felippe, que me acompanha, poderá demonstrar aos senhores o escopo geral do sistema, permitindo que nós façamos essa aproximação maior do Executivo, com o Legislativo; enfim, um movimento importante, permitindo que nós aproveitemos melhor essa infra-estrutura de telecomunicações que hoje dispomos de fibra ótica, que une a Prefeitura, a PROCEMPA e este Legislativo.

Por favor, Adriana, podemos iniciar a demonstração.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. ADRIANA FELIPPE: Boa-tarde a todos. Eu preparei uma demonstração bastante rápida, que contém os objetivos do Sistema, depois vamos para uma demonstração prática entrando na própria rede da Prefeitura.

O objetivo principal do sistema é acompanhar o trâmite dos processos administrativos pelos órgãos da Administração Direta e Indireta da Prefeitura, ou seja, todos os órgãos da Prefeitura têm acesso a esse Sistema.

Como objetivos específicos: manter um cadastro de processos administrativos; possibilitar a informação descentralizada da localização e situação atual do processo, permitindo que todos os órgãos da Prefeitura posam consultá-lo, consultar o andamento de cada processo; fornecer estatísticas sobre o andamento, através de relatórios e fornecer subsídios para a racionalização das rotinas de trabalho, através da análise do espaço dos processos, além de democratizar a informação.

Mais alguns objetivos: esse sistema integra alguns processos específicos da Prefeitura como, por exemplo, os informes e os pedidos de providências do telefone 156 e 158. Então, esses processos também são cadastrados, como os demais, nesse sistema. Os boletins de vistoria da Fazenda. Projetos hidrossanitários do DMAE. Microfilmagem. Processos estaduais e federais, que tramitam na Secretaria Municipal da Saúde.

Mais alguns objetivos: Esse sistema também se integra com o cadastro de expedientes únicos da Prefeituras, que são processos específicos de obras. Esses processos contêm toda a vida dos imóveis, desde a emissão da DM, aprovação de projetos, até a concessão do habite-se. Esse sistema também está integrado nesse sistema de gerenciamento de processos. Ele possui dois cadastros básicos: cadastro de processos que hoje conta com quatro milhões e trezentos mil processo, entre tramitando e arquivados; e o cadastro de Passos. Passos é o registro da tramitação dos processos.

Os protocolos que temos na Prefeitura, ou seja, os órgãos que fazem o cadastramento de processos são: DEMHAB, DMAE, DMLU, EPTC, FASC, PROCEMPA, Secretaria do Governo, SMA, SMOV e a SMT. Todos esses cadastram processos e os demais fazem somente o andamento e as consultas.

Hoje existe na Prefeitura cerca de oitocentos e trinta órgãos, que fazem a atualização dos passos dos processos.

Bem, agora, vou mostrar, na prática, como são essas consultas.

 

(Inicia a demonstração do sistema.)

 

Basta ter acesso a rede aqui na Câmara. Esta rede está interligada com toda a rede do Município. Clicando-se nesse ícone terminal PROCEMPA, que, provavelmente, já está instalado nos computadores dos senhores, fazemos acesso ao sistema de grande porte da PROCEMPA. Está sendo entregue um manual bem resumido como são esses passos para entrar no sistema.

Nós criamos um usuário específico aos Srs. Vereadores que é “camarver”, e a peça está contida nesse material que está sendo entregue aos senhores. Eu vou digitar, mas ela não vai aparecer aqui.

Teclando-se TCPA, que é Consulta a Processos Administrativos, entramos no menu principal do sistema. Esse menu contém as consultas disponíveis, que seriam a localização de processos, que é essa primeira, PF1; depois, a última, passos do processo, que demonstra todo o trâmite dos processos.

Vou fazer um exemplo da localização de processos. Pode-se fazer a entrada nessa consulta através do endereço do requerente, do número do processo, do nome do requerente ou também de documento que originou o processo. Vou fazer um exemplo pelo endereço. Temos o nome da rua e o número do imóvel. Aqui ele pede a confirmação do logradouro. Essa primeira tela mostra os vários processos que são referentes a esse endereço informado. Aqui conseguimos selecionar um deles, o que for de meu interesse, e vou ter outra tela, que mostra detalhes. Posso ter mais de uma tela contendo processos. Eu escolho esse número de seqüência, que está bem à esquerda, e vou para o detalhamento da situação desse processo. Selecionar o quarto processo, por exemplo. Aqui ele mostra a localização atual desse processo, dá o número do processo em cima da tela, a data de entrada, quem é o requerente, o endereço do mesmo, o endereço do processo logo abaixo, que é o mesmo do requerente, por acaso, o assunto - vistoria total de edificação - situação, etapa concluída, ou poderia estar em tramitação ou outras situações. Ele está no Protocolo Setorial da SMOV - Secretaria Municipal de Obras e Viação - desde o dia 13 de novembro de 2000; isso significa que ele está encerrado, arquivado no Protocolo Setorial.

Podemos voltar para o início dessa tela, fazer uma outra opção, só como exemplo, entrando diretamente pelo número do processo. Se eu souber o número que consta no Protocolo, posso fazer essa consulta direta. Essa é a composição do número dos processos na Prefeitura. Ele contém um primeiro número, é o que se chama de protocolo, o número seqüencial, propriamente dito, dentro do protocolo, que é esse que estou digitando, e mais algumas informações como dígito verificador e ano. Então, aí eu caí na mesma consulta que nós tínhamos feito anteriormente, só que dessa vez eu entrei diretamente pelo número do processo.

Bem, existe uma outra consulta que nos dá os passos do processo, ou seja, por onde ele tramitou, que seria essa última listada “passos do processo PF8”. Aqui, sim, precisamos entrar diretamente com o número do processo, se não se tem o número do processo, então se faz a consulta pelo endereço, obtém-se o número do processo e entra-se nessa consulta diretamente com o número. Então, por exemplo, vou digitar esse número aqui. Esse processo: DMAE, contas de água, parcelamento, cancelamento, devolução. Ele tramitou em três setores do DMAE; ao lado consta a data em que ele entrou e quantos dias ele ficou; o terceiro órgão em que ele ficou é o Setor de Arquivo; ele está no Setor de Arquivo desde o dia 15 de fevereiro, ou seja, ele está ali possivelmente aguardando alguma informação do requerente, está contando esse prazo. A situação dele ainda é em tramitação.

Um outro exemplo: esse processo, assunto “atividade/viabilidade”, é uma consulta de estudo de viabilidade com referência a uma atividade. Ele deu entrada na SMAM, um processo bem antigo, já está arquivado; mostra todos os órgãos por onde ele passou, os tempos; no Arquivo Municipal está contando o tempo também, já está arquivado desde 1996. Nós temos, também, uma consulta disponível na Internet, que informa a situação atual dos processos. Eu vou fazer uma demonstração de como nós podemos entrar nela: entramos pela página da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, que é www.portoalegre.rs.gov.br, à esquerda, nós temos vários serviços, dentre eles “Processos”. Basta clicar em “Processos”. Esta consulta tem que ser encaminhada a partir do número do processo e ela mostra os processos que estão em tramitação na Prefeitura e os arquivados, anexados, com menos de dois meses. Ela não é uma consulta tão completa como a consulta anterior, mas ela ajuda bastante e está liberada, sem senha, na Internet.

 

(Dá um exemplo no vídeo.)

 

Esta consulta é bem simples. Ela nos dá o nome do requerente, o número do processo, o assunto, o órgão onde o processo se localiza no momento, data da entrada no órgão e a situação. Neste exemplo, este processo está em tramitação desde 29 de maio de 2001, no Setor de Cobrança Externa da Secretaria Municipal da Fazenda.

Basicamente, era isso que nós tínhamos para mostrar do GPA. Nós estamos à disposição para qualquer dúvida ou se os senhores desejarem uma nova consulta.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Eu agradeço. Solicito que sejam ligadas as luzes do Plenário.

O Ver. Estilac Xavier está com a palavra.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero me congratular, Sr. Presidente, com a relação estabelecida entre Município e Executivo, proporcionando, eu não sei se os Srs. Vereadores se atentaram, que, a partir de hoje, pelo que estou entendendo, os Vereadores terão acesso a todos os andamentos dos processos da Prefeitura de Porto Alegre, na ordem de quatro milhões e trzentos mil entre arquivados e em andamentos. Isto não só contribui para o trabalho desta Casa, dos Vereadores, valoriza o Legislativo e torna transparente ainda mais as informações que se quer para o exercício legislativo aqui da Câmara Municipal de Vereadores. O procedimento exposto é simples, constam aqui as informações que recebemos a partir de um pequeno book. Eu creio, Sr. Presidente, que esta é uma materialização do esforço que tem feito V. Ex.ª junto com o Prefeito Municipal, numa relação institucional que promove e valoriza as duas instituições, e, principalmente, esta Casa de Vereadores, que agora poderá ter acesso a qualquer informação dos processos em andamento, quando, muitas vezes, Ver. João Antonio Dib, somos solicitados por um cidadão: “Onde está processo? Onde se encontra?” São vários os caminhos de entrada para protocolar um processo. Mas, agora, aqui poderá ser dada uma informação precisa, legal, regimental, porque estamos hoje chegando a esta informação pelo GPA, o Gerenciamento de Processos Administrativos. Eu me congratulo então, Sr. Presidente, na conclusão, por esta iniciativa e pela exposição da Diretoria da PROCEMPA presente aqui. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu caro Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna. Em primeiro lugar, quero cumprimentar pela possibilidade que nós teremos de acesso aos terminais da PROCEMPA para que nós saibamos o que esteja ocorrendo em matéria de processos na Prefeitura. Eu até penso que, neste momento, posso me congratular com a SMOV, que, tendo à disposição todo sistema da Prefeitura, vai poder abreviar a aprovação dos projetos, que demoram muito tempo na SMOV. Mas também, Dr. Rogério Santanna, eu gostaria de cobrar de V. S.ª, quando, numa reunião com o Presidente da Câmara, Liderança da Ver.ª Maria do Rosário, V. S.ª sempre presente, e nos foi prometido acesso à movimentação financeira da Prefeitura, por intermédio da Internet, e também o fluxo de caixa. Isso ainda está sendo solicitado, nós não temos esse conhecimento. Mas, de qualquer forma, a PROCEMPA é uma grande empresa e em nome da minha Bancada, eu formulo a ela votos de pleno sucesso e êxito, e que continue servindo a população porto-alegrense. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Presidente, Rogério Santanna, Sr.ª Adriana, hoje está sendo dado um novo passo para facilitar, e muito, a vida dos porto-alegrenses. Constantemente, nos nossos gabinetes inúmeras pessoas nos solicitam informações sobre processos, porque o Vereador tem de fazer essa interlocução entre a comunidade e o Poder Executivo. E temos a certeza de que isso aqui vai facilitar muito, porque é uma maneira de agilizar. Queremos parabenizar a PROCEMPA e, ao mesmo tempo, a Presidência desta Casa, porque esse trabalho só vem a facilitar o nosso trabalho, como Vereadores, e o trabalho da população que, constantemente, vem buscar subsídios aqui nesta Casa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Raul Carrion está com a palavra.

 

O SR. RAUL CARRION: Queríamos parabenizar a Prefeitura Municipal e, em particular, o atual Presidente da PROCEMPA, Rogério Santanna, por nos entregar esse importante sistema de gerenciamento de processos administrativos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e queremos estender esses cumprimentos também aos funcionários da PROCEMPA, que, mais uma vez, demonstram sua competência, sua dedicação ao seu trabalho, à sua função, entregando a nós tão importante instrumento, e, certamente, outros instrumentos também, que com o decorrer do tempo conseguiremos. Creio que é também um esforço da nossa Prefeitura dar máxima transparência da Administração Pública. Então, mais uma vez, os nossos parabéns em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Gostaria de responder à formulação feita pelo Ver. João Antonio Dib: o Presidente Rogério Santanna nos informou que já está viabilizado o acesso à contabilidade. O Presidente disse que não tem sido usual por parte da Câmara Municipal, mas que qualquer Vereador pode ter acesso e, sem dúvida alguma, com isso facilita a nossa atividade parlamentar.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. Aproveito o ensejo, Sr. Presidente Fernando Záchia, cumprimento V. Ex.ª, o Presidente da PROCEMPA, Dr. Rogério Santanna, a expositora como também o conjunto dos funcionários PROCEMPA. Acompanho, há muitos anos, esta instituição, que teve início na Cidade de Porto Alegre, à época do Prefeito Villela, e nós entendemos que ela sempre foi uma instituição que se pautou por um perfil eminentemente profissional. Nós sabemos o quanto é importante este tipo de trabalho, sobretudo do ponto de vista de modernização da estrutura administrativa. Eu penso que a PROCEMPA, Sr. Presidente Rogério Santanna, está muito além das estruturas existentes da Prefeitura. A PROCEMPA, portanto, repito, está além das estruturas existentes dos diversos órgãos que compõem a estrutura administrativa - Secretarias, departamentos, diretorias -, ela não responde à velocidade que hoje a PROCEMPA tem de proporcionar elementos a seu funcionamento.

Eu gostaria de encerrar agradecendo, cumprimentando o trabalho da estrutura toda, do seu corpo funcional e reiterando que é importante que se faça até – Sr. Presidente é uma sugestão – um convênio de uma atualização de acessos, esta exposição é importante, mas muito breve, ela é mais uma apresentação da empresa e do que está fazendo, daquilo que nós, efetivamente, poderíamos fazer em prol da Cidade de Porto Alegre, como detentores de mandato. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Nós queremos saudar o Sr. Diretor da PROCEMPA e a expositora, dizendo da importâncias, também, dessas possibilidades técnicas que passam a ser acessíveis à sociedade de modo geral e, em especial, à Câmara Municipal em acessar toda essa tecnologia que está à nossa disposição. E, evidentemente, à medida que o tempo vai passando, vão sendo descobertas “n” possibilidades que temos de nos colocarmos dentro desse processo tecnológico, que hoje está aí concebido, em última análise, para atender às finalidades maiores da população.

Quero cumprimentar a PROCEMPA pelo trabalho que vem realizando, uma empresa que goza de um prestígio, independentemente deste ou daquele Governo, trata-se de um órgão extremamente técnico, formado de técnicos da melhor qualidade. Então, receba a nossa saudação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a nossa saudação ao Presidente da PROCEMPA, Dr. Rogério Santanna. Dr. Rogério Santanna, este Vereador, inclusive, tem um Projeto tramitando na Casa. Tive uma longa reunião com o Secretário da Fazenda, na semana passada, justamente para tentar, com esse Projeto, viabilizar um acesso diário dos Srs. Vereadores, não apenas aos Projetos do Executivo, mas à despesa pública, à arrecadação do IPTU, enfim, todos os tributos diretos ou não indiretos, a despesa com pessoal, porque nós pensamos, Sr. Presidente, que não é possível que o Vereador tenha que fazer um pedido de informação, tem que usar um funcionário para bater isso, depois passa à Mesa, é feita a leitura, para depois ir ao Executivo para trazer uma informação que, na verdade, hoje a tecnologia proporciona instantaneamente.

Isso qualifica o trabalho de cada um de nós. No próprio debate aqui no Plenário, nas Comissões tem que estar dotado no sistema dessa ligação direta para que possamos buscar esses dados para qualificar o debate da Casa. E quem ganha com isso é a sociedade. Então, portanto cumprimentos, saúde e alegria. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente para que não transite em julgado, eu, que me preocupo com a execução orçamentária da Prefeitura, gostaria de saber só uma coisa: o fluxo de caixa, que é tudo o que o Secretário Arno Augustin pedia quando iam assumir o Governo do Estado. Só isso. Mas eu posso dizer que não se consegue nada, praticamente nada, na Internet.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Nós queremos, havendo a manifestação de todas as Bancadas - e eu, honestamente, não compreendi a manifestação do Ver. João Antonio Dib -, agradecer ao Dr. Rogério Santanna, Presidente da PROCEMPA, à Adriana Felippe, que fez a exposição, e ao Ver. Estilac Xavier, pelo seu empenho pessoal, pois, como Líder do PT, ajudou muito este Presidente para que pudéssemos, com a concordância do Sr. Prefeito Municipal, Tarso Genro, em parceria com a PROCEMPA, a viabilização do GPA na convicção absoluta de que qualifica em muito a atividade parlamentar exercida por nós, Vereadores, e, em conseqüência disso, a agilidade no processo de relação com as comunidades, a informação importante que podemos dar sobre o andamento dos processos administrativos, dentro da Prefeitura Municipal, ou seja, por onde eles passaram, onde estão. A informação precisa que temos de passar para a comunidade porto-alegrense agora é viabilizada de uma maneira bastante rápida.

Então, por isso, este Presidente agradece ao Dr. Rogério Santanna, Presidente da PROCEMPA, pelo empenho que demonstrou para que pudesse ser viabilizada esta atividade. Agradecemos, e muito, ao Rogério e à Adriana, pela presença, e interrompemos a Sessão por dois minutos para as despedidas. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h19min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia – às 15h22min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje este período está destinado a assinalar o 56º aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, AGEG; o 45º aniversário da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul - ARFOCRS; o Dia do Radialista, no dia 21 de setembro; e o Dia do Rádio, dia 25 de setembro. Convidamos para fazer parte da Mesa o Sr. Ercy Pereira Torma, Presidente da Associação Riograndense de Imprensa; o Sr. Paulo Castro Dias, Presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio Grande do Sul; a Sr.ª Vera Spolidóro, Coordenadora de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre e o Sr. João Garcia, Presidente da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos.

O Ver. Haroldo de Souza, autor do Requerimento, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O narrador Roberto Brauner gosta de dizer que o brasileiro não vive sem rádio. E é uma verdade! O rádio está na vida dos brasileiros, marcando época, prestando um enorme serviço à coletividade através dos tempos, como veículo mais ágil do século XX.

Pedi este espaço para homenagear classes tão especiais da vida de todos nós. O radialista, que comemora o seu dia, em 21 de setembro; o rádio, que tem sua data comemorada no dia 25 de setembro; o 56º aniversário da nossa ACEG, Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos; e o 45º aniversário da ARFOCRS, entidade que reúne fotógrafos profissionais no nosso Estado. Todos esses profissionais, juntos, formam um pedaço dos mais importantes da imprensa rio-grandense e brasileira. Quem não conhece o trabalho prestado pelo fotógrafo profissional? Momentos marcantes da vida social, do dia-a-dia das pessoas, da cidade, do Estado, do País e do mundo são estagnados pela arte da fotografia. E o radialista? Este não tem o reconhecimento que deveria ter, principalmente por parte dos empresários da comunicação. Não tem domingo, não tem feriado; todos os dias são dias de trabalho para a classe do radialista, e com um salário de miséria, com um salário de fome! O rádio é um serviço de utilidade pública; serve como entretenimento das pessoas, mas, acima de tudo, o rádio orienta, mantém as pessoas informadas e se constitui, através dos tempos, no veículo de comunicação mais ágil dos nossos dias. Por mais que a televisão avance, o rádio continua sendo o veículo de comunicação da massa. O rádio deu-me tudo na vida; o rádio me ensinou a viver com as adversidades, com as alegrias; o rádio me ensinou a respeitar e conhecer pessoas; o rádio abriu o meu mundo. Eu sou grato a esse veículo de comunicação que continua servindo à coletividade, sendo elo importante entre todos os povos e estabelecendo um vínculo dos mais estreitos entre o social e o trabalho.

Não vou usar todo o tempo. Discurso longo é enfadonho, cansa. Eu quero apenas agradecer àqueles que aqui compareceram, aos meus amigos, que fazem rádio, como eu; pessoas simples, mas cujos corações eu conheço. Também agradeço aos meus amigos Vereadores e Vereadoras, que me deram a oportunidade de homenagear esta classe que não tem o reconhecimento que deveria ter – repito - por parte dos empresários de comunicação, com raríssimas exceções. Mas a sociedade deve, acima de tudo, saber que o radialista está aí, pronto para levar a informação com a maior agilidade possível, e as emoções que nascem de todos os esportes, que, por intermédio dos homens esportivos do rádio, ganham a alma da emoção.

Parabéns, radialistas! Parabéns, homens e mulheres do rádio! Parabéns, fotógrafos profissionais! Nossos cumprimentos a vocês, que fazem da nossa Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos uma entidade respeitada no País pela dedicação e pela empolgação dada ao trabalho diário.

Brasileiro não vive sem rádio. O rádio é o elo de ligação do povo com a sociedade. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero parabenizar o Ver. Haroldo de Souza pela iniciativa de, nesta singela homenagem, tentar resgatar o real valor do rádio, da crônica esportiva, dos nossos fotógrafos, dos jornalistas. Tenho muito orgulho em ser jornalista, e digo, repetidamente, nesta tribuna, que eu sou jornalista e estou Vereador, porque a minha profissão é o jornalismo. Tenho muito orgulho em ser radialista. Quando veio o registro de radialista, eu fui um dos primeiros a receber, da DRT, na minha carteira profissional, o registro de radialista. Tenho muito orgulho em ter feito rádio; tenho muito orgulho em ter presidido a Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, e tenho muito orgulho, Ercy Torma, em ter ganho, por dois anos consecutivos, o prêmio ARI de Jornalismo Esportivo.

Quando o Ver. Haroldo de Souza tem essa iniciativa para resgatar o valor e a qualidade da informação, o trabalho incansável da categoria, perdoem-me os demais Vereadores, perdoe-me, Ver. Haroldo de Souza, perdoem-me, meus colegas jornalistas, radialistas e fotógrafos que aqui estão, nossa categoria, infelizmente, não tem o que comemorar. Nossa profissão não existe mais. Primeiro foi o Magri, quando era Ministro, queria acabar com o diploma. Já começou aí! No Canal 20 da NET, em Porto Alegre, o dono de imobiliária apresenta programa, o Presidente do Sindicato Médico apresenta programa, o cabeleireiro da esquina apresenta programa, qualquer um apresenta programa, qualquer um virou jornalista! Qualquer um virou radialista! Pego a Zero Hora, dias atrás, na coluna social, as dondocas da nossa sociedade, fulana de tal, advogada, e mais duas comunicando, por meio da coluna social, que estão-se formando em rádio e que terão o registro de rádio. Isso é um absurdo! Isso é um constrangimento para nossa categoria! E pior, Antônio Édson Peres, Presidente do Sindicato dos Radialistas, e José Carlos de Oliveira Torves, Presidente do Sindicato dos Jornalistas, é que existem determinadas dondocas que pagam, como se fossem patrocinadores, para ter um espaço no programa para aparecer!

Então, quando eu paro para pensar, eu, que gostaria tanto de ser médico, Ver. Dr. Humberto Goulart, e não posso clinicar porque não sou médico, mas o Presidente do seu Sindicato faz entrevista na televisão... Eu quero ser advogado, Ver. Juarez Pinheiro, que V. Ex.ª é competente, eu não posso ser, tenho frustração! Quero vender imóvel, não posso vender porque não tenho registro!

Então, eu ando indignado, e, por onde eu vou fazer palestras nos cursos de Comunicação eu digo que a profissão de jornalista não existe mais. Não existe mais! Eu poderia, aqui, dar centenas e centenas de exemplos. Eu me referi, há pouco, ao Canal 20. Enquanto, no Canal 20, nós temos profissionais competentes, como Lasier Martins, Bibo Nunes, Raul Moureau e tantos outros que eu poderia citar aqui, nós temos os curiosos, muitos pagando para aparecer, como se fossem patrocinadores.

Mesmo assim, quero enaltecer o Ver. Haroldo de Souza, pela dignidade, Ver. Haroldo, de propor esta Sessão, para que possamos, aqui, pelo menos neste momento, resgatar o valor e a dignidade dessa profissão que ninguém mais respeita. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Fernando Záchia, e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queremos parabenizar o hoje Vereador, mas sempre radialista, Haroldo de Souza, que traz a esta Casa a oportunidade de fazer uma justa homenagem à Associação do Cronistas Esportivos Gaúchos, à Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos, bem como uma homenagem ao Dia do Radialista e ao Dia do Rádio. Quando se fala do rádio, fala-se da magia do rádio. Eu sou um eterno apaixonado pelo rádio, porque o rádio é um daqueles meios de comunicação que nos permite, como ninguém, voar e sonhar. Ele permite isso com tal leveza que a nossa imaginação pode ir aos lugares mais distantes. O rádio tem essa magia e, sem sombra de dúvida, ele ainda é o meio de comunicação que consegue atingir todas as camadas da nossa população.

Mas vou fazer uma saudação especial aos cronistas esportivos do nosso Estado. O Ver. João Bosco Vaz falou que está Vereador, ele é cronista esportivo e eu também estou Vereador e sou profissional de Educação Física, e essa luta que o Ver. João Bosco Vaz falou, nós, até 98, a vivenciamos, vimos pessoas não-habilitadas invadirem a nossa área. Mas o trabalho da nossa imprensa desportiva do Rio Grande do Sul merece uma conotação especial. Ela consegue levar dia a dia uma informação precisa, e este Vereador é testemunha das inúmeras vezes em que o João Garcia nos falava lá em palestras no IPA, para mim e para o outro Garcia - dizendo: “Nós temos que fazer parceria para aprimorarmos cada vez mais a questão da terminologia própria do desporto, bem como a terminologia própria da Medicina Desportiva, porque quem vai lucrar com isso são os ouvintes e, ao mesmo tempo, vai aprimorar os jornalistas como um todo”.

Portanto, em nome do Partido Socialista Brasileiro e do PFL, que o Ver. Reginaldo Pujol e o Ver. Luiz Braz solicitaram também que nós falássemos... O Ver. Raul Carrion nos solicita um aparte e nós o concedemos, Vereador.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós queríamos, como não estamos inscritos neste período de Comunicações, aproveitar este aparte para nos solidarizarmos com todas as entidades aqui representadas, e dizer da nossa solidariedade com essa luta também, pela dignidade profissional. Muito obrigado.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Então, mais uma vez, em nome de todos os Partidos e mais o PC do B, também em nome do PT, agora através do seu Líder Ver. Estilac Xavier, queremo-nos congratular com todos segmentos aqui presentes, porque volto a dizer, o rádio tem a magia de nos levar aos mais diversos lugares e a fotografia permite - inclusive vimos ontem uma reportagem em um canal de televisão que a fotografia estava suspensa, só fotografia de pessoas em um determinado país do mundo - levar para todo o sempre a saudade do dia a dia, e mostrar o quanto o mundo é belo. Parabéns a todos os presentes, em nome dos partidos: PSB, PT, PFL e PC do B. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu quero dizer que estou nesta atividade como radialista há mais de dois anos. É uma experiência valiosa. Sei da minha responsabilidade ao me comunicar e interagir com o ouvinte. Portanto, esta categoria é importante, juntamente com os fotógrafos registrando os fatos. E hoje nós temos jornais coloridos com fotos brilhantes que dignificam mais os nossos jornais, nossas revistas, e, portanto devo parabenizá-los nesse 45ª aniversário da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos e também o 56º aniversário da ACEG - Associação de Cronistas Esportivos Gaúchos; dia 21, Dia do Radialista; dia 25, Dia do Rádio. O João Garcia, que é nosso amigo, um batalhador, já passou pelo João Bosco Vaz, e, portanto, sinto-me gratificado em poder conviver com essa categoria, com suas dificuldades, que, às vezes, não sendo valorizada, mas nós sabemos que, através da ACEG, dos cronistas esportivos, temos brilhantes jornalistas, brilhantes radialistas na economia e na política que mostram a capacidade e a grandeza desses profissionais que interagem dia a dia com a comunidade. O rádio tem uma facilidade imensa de se comunicar e de interagir com o ouvinte, relata na hora os fatos, provando a sua dignidade e credibilidade junto aos ouvintes.

Portanto, queiram receber, todos os representantes dessa categoria, deste Líder do Partido Trabalhista Brasileiro, como também do Ver. Elói Guimarães, um forte abraço, e, como disse o Ver. João Bosco Vaz, continuem nessa luta para dignificar, para valorizar a categoria. É essa a forma certa. Há outras categorias que também têm dificuldades, mas que, através da união, possamos valorizar a cada profissional, corrigindo seus defeitos, aprimorando, interagindo cada vez mais e, conseqüentemente, valorizando muito mais os fotógrafos e os radialistas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Antes de passar a palavra ao próximo orador, quero, com satisfação, registrar a presença do Jornalista Paulo Mesquita, comentarista esportivo da Rádio Guaíba, que nos honra com sua presença.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Comunicações por cessão de tempo da Ver.ª Clênia Maranhão.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Queremos saudar o Ver. Haroldo de Souza pela iniciativa, e, em meu nome, expresso também o sentimento da Bancada do PDT nesta Casa. Agradeço à Ver.ª Clênia Maranhão, que, por cortesia, me cedeu o seu tempo. Eu acho importante o evento que homenageia a categoria dos radialistas, homenageia o rádio e a reportagem fotográfica, as marcas maiores que nós podemos identificar no curso do século que passou, e que marcaram, de forma inequívoca, esse século que passou. Eu digo por quê. O rádio tem algumas características de fascínio, algumas, aqui, já referidas pelo Ver. Cassiá Carpes, e por outros Vereadores que me antecederam. Temos, hoje, a instantaneidade da informação, dos avanços tecnológicos da Internet, da TV, por intermédio dos quais pudemos assistir à tragédia e ao terror que se abateu sobre Nova Iorque, no exato momento em que esse se assacava contra a cultura, a inteligência, e a modernidade em nome de um fanatismo que não se sabe para onde leva. O rádio é um fascínio. Eu aqui queria evocar um dos trabalhos mais extraordinários sobre o rádio feito por um diretor de cinema extraordinário e por ele também interpretado, refiro-me à A Era do Rádio, de Woody Allen. A Era do Rádio é uma das marcas, do ponto de vista da cultura cinematográfica, que valoriza o rádio e dá a exata dimensão da sua importância. E acontece justamente na capital cultural do mundo moderno, naquilo que expressa o sentimento da cultura, da inteligência, que é Nova Iorque. Nova Iorque, eu sempre digo, é a capital do mundo, em termos de cultura, de inteligência e de construção, até, Ver. Juarez Pinheiro, de uma nova esquerda crítica. Pois, lá, quem viu este filme, há de se lembrar da extraordinária cena de um programa de prêmios que estavam sendo oferecidos em telefonemas que eram dirigidos às casas. E, no exato momento em que uma casa está sendo arrombada, assaltada, um meliante atende o telefone e é comunicado que aquela residência recebeu refrigerador, televisor, rádio, máquina de lavar e toda uma parafernália. A genialidade do filme expressa o sentimento e a importância do rádio. E, de outro lado, a fotografia. Nós temos a fotografia animada, do cinema, do vídeo, mas nada substituiu o instantâneo fotográfico. Nada. E a fotografia evoluiu enormemente em função de que nós temos uma fotografia com resolução absoluta e total daquilo que aconteceu neste momento, em qualquer parte do mundo, que nos vêm com uma perfeição extraordinária através da informática. E estão aí os registros dos jornais.

Então, estas reflexão são extremamente importantes, porque marcam a nossa época. Dizer que o rádio está superado é a mesma coisa que dizer que a Internet, que a informática vai encerrar, que o livro está superado. O livro não está superado, o rádio não está superado. Ainda sábado à noite eu ouvi o jogo da “Chacarita”, em Buenos Aires, quando eu estava próximo à fronteira Oeste. O rádio tem uma cultura extraordinária do regionalismo, da localização e a gente observa, ou na fronteira Oeste, ou na Região do Planalto Central, ou na Região Metropolitana a extraordinária interação entre o público e os atores desse processo, que são os radialistas. Lá na Zona Sul, da nossa Pelotas, também, Jornalista João Garcia. O rádio e a fotografia, na sua forma própria, têm criado quadros extraordinários e fruto desse espaço que é proporcionado. Que bom que vamos ter milhares de radialistas competindo num mercado grande e que tem que se apresentar bom! E o número de fotógrafos extraordinários que estão buscando esse caminho como expressão do seu talento visual de saber ver as coisas. Por isso, Sr. Presidente, nós comemorarmos neste momento o 56º aniversário da Associação dos Cronistas Esportivos Gaúchos, da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos, e o Dia do Rádio, é algo extremamente importante e de bela iniciativa, Ver. Haroldo de Souza. Por derradeiro, nós podemos com a absoluta tranqüilidade dizer que os melhores locutores esportivos, os melhores comentaristas esportivos, para o nosso gáudio e nossa satisfação, são oriundos do Rio Grande. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero parabenizar o Ver. Haroldo de Souza, por ter trazido a oportunidade de, aqui, num ato, numa solenidade importante, podermos homenagear o rádio, o radialista, o cronista esportivo, enfim, a associação e o fotógrafo. Tudo o que se poderia dizer já foi dito e já foi ouvido, então estaríamos trazendo nada mais do que o óbvio. Nós vivemos a era, o momento da comunicação, e quando falamos da comunicação estamos estabelecendo que a comunicação passa a ser a correia de transmissão da informação. Então, hoje, no mundo de massa, numa sociedade de massa, só há uma forma de transmitir o saber e o conhecimento: através da comunicação. E fazem a intermediação dessa relação contemporânea exatamente os integrantes todos que estão aqui hoje representando, basicamente, o rádio e a comunicação. Então, é muito importante, João Garcia, podermos ter essa oportunidade de homenagear vocês todos, que fazem dessa atividade contemporânea o dia-a-dia, através da profissionalização.

Mas o que seria, Paulo, do passado, se não fosse a fotografia? Não fosse a fotografia, o fotógrafo, por certo teríamos o passado, teríamos a história, sim, é verdade, mas não teríamos, por assim dizer, o conhecimento básico das figuras, etc. e tal, que a fotografia faz, que o fotógrafo faz, trazendo para o presente o que ficou distante, há milhares de anos. Num dia importante aqui, apenas para que destaquemos esses aspectos, quero dizer que no tripé da comunicação social o rádio continua, sim, sendo um grande veículo de massa. Até porque o rádio talvez seja o instrumento mais democrático de todos o e mais acessível a todos. Eu não preciso saber ler para escutar um rádio, por exemplo, para me inteirar do conhecimento através do rádio; eu não preciso ver para assistir à comunicação pelo rádio. É exatamente o rádio aquele instrumento da comunicação social que, pela sua natureza, é o que permite que mais se acesse. É esse veículo manejável, pode-se trabalhar escutando, acompanhando o rádio, se informando pelo rádio. Já com outras estruturas da comunicação nem sempre é possível, não é muito possível. A televisão, com toda a sua importância pela imagem, que tem um poder de atração muito grande, ela não nos dá a facilidade que o rádio nos dá. Então, o rádio é exatamente aquele companheiro de todas as horas. É uma verdadeira sombra que está sempre junto com o homem contemporâneo, que tem, hoje, na informação e no conhecimento algo sem o qual ele não vive mais. Não se vive mais longe da informação e do conhecimento. E exatamente o instrumental dessa realidade é o rádio.

Eu encerro agradecendo, Sr. Presidente. É um momento importante para nós. Estamos honrados com a presença dos senhores. Honrados enfim com a presença de jornalistas, fotógrafos. Aliás, a Casa carece desta correia de transmissão. O que seria das atividades humanas, na época da comunicação, sem, exatamente, vocês, nos seus mais diferentes setores, informando seja sobre este ou aquele assunto. É o esporte, é isso, é aquilo. Enfim, o que seria da sociedade sem esses interlocutores que são vocês e que hoje nos honram com as suas presenças? Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações por cedência de tempo do Ver. Ervino Besson.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu vim para esta Casa nas eleições de 1982 através dos programas que fazia em emissoras de rádio e por isso eu me orgulho muito das rádios e dos radialistas, porque hoje, também, nós homenageamos todos os radialistas. E hoje eu estou, realmente, muito ufano, porque estou aqui na frente de radialistas e de comunicadores de primeiro nível. Eu sou um fã do Garcia que é, realmente, um excelente comentarista. Tenho ouvido e visto o Garcia nas suas opiniões, nas suas intervenções, a Vera Spolidoro no campo do jornalismo, também é uma pessoa extremamente conhecida, o Ercy Torma, o Paulo Dias no campo da fotografia, são pessoas que são expoentes em suas atividades.

E quem pediu hoje, esta homenagem, foi um grande amigo, um cara que eu realmente acho que é um dos melhores narradores esportivos do Brasil, que é o nosso amigo Haroldo de Souza. Ele, realmente, é um cara que pode a qualquer instante falar em nome do rádio e em nome de todos os radialistas; ele realmente é alguém que representa com muita dignidade a nossa classe.

Eu quero agradecer ao meu amigo Ervino Besson, que foi quem me concedeu esta oportunidade de vir aqui e também a um outro grande comunicador desta Casa, o meu amigo João Bosco Vaz que, também, fez o meio de campo para que eu pudesse estar hoje aqui na tribuna. Muito obrigado, Ver. Ervino Besson.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu queria também parabenizar o Ver. Haroldo de Souza, e vou fazer um pedido aqui ao Vereador: nós temos aí o próximo Grenal; naturalmente, tranqüilamente, ele vai transmitir o Grenal, e, quando ele transmitir um gol do Inter se levantará a metade do Rio Grande, e quando que ele transmitir um gol do Grêmio, também a outra metade. Por isso Vereador, com essa grande voz que Deus lhe deu quero transmitir a homenagem a todas essas categorias que está sendo homenageadas no dia de hoje. Obrigado pelo aparte, Vereador.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Era o ano de 1971 ou 1972, eu não lembro bem, mas lembro o seguinte: quem queria ter o registro como jornalista tinha que fazer a faculdade. Eu tinha que aproveitar aquele prazo que ainda restava, e eu lembro que a legislação deu um prazo para que aquelas pessoas que não eram jornalistas que quisessem fazer o seu registro, pudessem fazê-lo. E eu dormi, e acabei não me aproveitando disso. Para fazer depois jornalismo, para depois me considerar um jornalista, eu fui fazer a faculdade de jornalismo, e com muita honra entrei na FAMECOS, cursei a FAMECOS, cursei a faculdade de jornalista para poder me considerar jornalista. Hoje, eu acho um grande equívoco no campo das comunicações o que acontece dentro do rádio. Qualquer pessoa, qualquer uma, sai de qualquer profissão, ela não tem o que fazer e quer aparecer com a sua opinião. O que ela vai fazer, Garcia? Vai fazer rádio. E, como o rádio é muito fácil fazer, basta ser amigo do dono da empresa, já vai lá fazer rádio. Então, as pessoas vão lá e vão dar a sua opinião como radialistas, como se radialistas fossem. Parece que isso não é nada, só que isso faz aviltar o salário dos radialistas. Por causa disso uma imensidão de colegas nossos, uma imensidão de profissionais não conseguem hoje lugar nas rádios e também porque hoje nós não temos uma legislação à altura para fazer com que os nossos donos de empresas de comunicação possam, de alguma forma, ter um compromisso com a formação da opinião pública. Hoje o dono da rádio tem apenas o compromisso de ganhar dinheiro. Ele quer ver uma forma de faturar mais. Então, se ele puder contratar alguém barato, ou quiser contratar alguém que seja capaz de ter uma relação na sociedade que possa lhe trazer faturamento, ele vai fazer isso. O bom profissional ficou esquecido; aquele que é, realmente, profissional do rádio, esse ficou para um segundo momento. Então, os interesses são apenas políticos, comerciais, o interesse da comunicação que é aquele de formar, realmente, a opinião pública, esse ficou para um segundo plano. Mas eu acho que homens como o Garcia, como o Paulo, como o Ercy, são homens que lutam para que nós possamos recuperar a dignidade dos radialistas.

E é isso que nós precisamos neste dia, Garcia. Nós não precisamos ouvir palavras bonitas dizendo coisas belas a respeito do rádio, dos radialistas. Nós temos é que ouvir as coisas sinceras. Nós temos é que ouvir as opiniões que vão dizer para o dono da emissora de rádio, para as pessoas que usurpam esse lugar do radialista, que tem que ser mudada essa história. Que o rádio é para o radialista se comunicar e fazer a opinião pública. E assim deveria ser.

Viva o rádio e esses bons radialistas que nós encontramos hoje aqui, os bons comunicadores! Parabéns! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Passamos a palavra a um dos integrantes desta laboriosa classe que nos prestigia, no dia de hoje, através das suas mais destacadas lideranças. O Sr. João Garcia, Presidente da Associação Gaúcha dos Cronistas Esportivos Gaúchos, está com a palavra.

 

O SR. JOÃO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu fico muito honrado não só pelo fato de estar aqui como Presidente de uma das entidades homenageadas, mas também por ter sido escolhido pelos colegas para fazer uso da palavra. O problema da classe vivido pela invasão de alienígenas aos poucos vai sendo corrigido na medida em que o Sindicato dos Radialistas firmou convênio com o SENAC. Afinal nós queremos um curso de radialista de qualidade, não apenas um caça-níquel, uma fábrica de diplomas, mas, sim, um curso de qualidade. O rádio tem uma particularidade, não basta ser jornalista formado numa faculdade, é preciso ter sido picado pela mosca azul do rádio. O radialismo é, sobretudo, uma profissão, como do jornalista, como do fotógrafo que exige talento. Eu sou um radialista, permitam-me a expressão, sem nenhuma falta de respeito, sou radialista desde o “espermatozóide campeão”. O meu avô, o velho João Jacinto, foi quem montou o primeiro aparelho de rádio na minha terra, Arroio Grande. E lá as pessoas se reuniam para ouvir rádio, porque não havia televisão; havia só aquele aparelho de rádio. Meu pai foi o primeiro radiotécnico da minha cidade. Eu cresci em meio ao rádio, e um dia quando um amigo disse a ele: “Que pena que o teu guri, Jacinto, não é técnico de rádio como tu”. “É que ele escolheu, fulano, trabalhar no rádio no lado de dentro e não no lado de fora.” Eu já era radialista e tive muito orgulho de ter o primeiro reconhecimento profissional como radialista.

A primeira rádio pirata na minha terra, pegava só na quadra do transmissor e tinha o nome de Rádio Universal. Universal por quê? Porque neste momento em que a humanidade vive dias de apreensão, com tudo o que aconteceu nos Estados Unidos, com a busca desse cidadão, inimigo público número 1 dos Estados Unidos agora, e não sei se da humanidade, neste momento quem não o conhecia, está conhecendo-o, através da televisão – e a televisão tem reproduzido, e reproduziu ontem, nos canais do mundo inteiro, a foto dele num jornal dos países árabes. Osama Bin Laden hoje é conhecido na televisão, através da foto de jornal. E sabem por que será tão difícil localizá-lo? Porque ele tem um aparelho de rádio, onde está ouvindo as notícias, porque o rádio é democrático, o rádio não esconde, o rádio diz; a comunicação não esconde. É por isso que nós lutamos pela democracia, é por isso que existe essa figura ímpar do jornalismo do Rio Grande do Sul, dessa entidade que é o nosso norte - a ARI -, o Ercy sabe disso. É pela democracia da informação que nós lutamos. Neste momento, nesta homenagem aqui na Câmara de Vereadores, sinto muito orgulho de estar aqui falando aos Senhores e a todos os presentes no Dia do Rádio, porque o rádio é imortal.

Eu tive, nesses 52 anos, a infelicidade de ouvir dizer, e a felicidade de ver negado, que o rádio ia acabar, pois havia chegado a televisão. O rádio foi salvo pelo transistor. E aí as pessoas foram com seus radinho de pilha – o primeiro aquele velho rádio SPIKA, pequeninho, que onde se ia se levava o rádio. Eu que rodo pela cidade de ônibus e lotação, vejo as pessoas com headphone ouvindo rádio. O rádio foi condenado com a instantaneidade que a televisão tentou, porque a televisão se aproximava do rádio nesse momento, e o rádio foi salvo, de novo, pela tecnologia. Veio o telefone celular, o celular local, o celular global, e hoje os correspondentes internacionais, quando não conseguem colocar no ar as imagens da televisão, o que aparece lá é a sua foto, a foto, Paulo Dias, e ele falando ao telefone, como um radialista, como se no rádio estivesse e não na televisão. Ali é o rádio com imagem.

Então, Senhores, quero encerrar, dizendo que Deus não permitirá, mas se acontecer de este planeta ser dizimado por uma III Guerra Mundial, certamente os poucos que restarem ouvirão um repórter, um repórter de rádio; ouvirão numa galena, naquele rádio primitivo, a notícia de que o mundo acabou. Mas quando o mundo renascer, quando de novo reflorescer, de novo será um repórter, um repórter de rádio, e ao seu lado estará um fotógrafo e um jornalista que vão juntar as pedras e vão fundir as letras para publicar o primeiro jornalzinho de uma folha só, e ambos dirão: o mundo renasceu! Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Quero cumprimentar, mais uma vez, os representantes das entidades homenageadas, especialmente o Jornalista Ercy Pereira Torma, que como Presidente da Associação Riograndense de Imprensa abriga e abarca todas as entidades aqui homenageadas.

Quero aproveitar a oportunidade para estender as nossas homenagens também aos nossos colaboradores da Casa, aos jornalistas, aos repórteres, aos fotógrafos cinematográficos da nossa empresa contratada, que diuturnamente estão aqui conosco. Sintam-se, com muito mais razão, homenageados pelos motivos da notícia, que tanto reclamam dos senhores quando ela não surge, e que não raro não sabem agradecer quando ela surge - e surge bem. Muito obrigado a todos que nos prestigiaram com a sua presença, a ilustre representante do Sr. Prefeito Municipal e meus cumprimentos, em nome da Casa, às várias entidades hoje aqui homenageadas. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h16min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Carlos Alberto Garcia – às 16h18min): Estão reabertos os trabalhos.

A Mesa apregoa o Proc. n° 3564/01. (Lê.)

“O Vereador que este subscreve vem comunicar, nos termos regimentais, a inclusão da tarde do dia 25 de setembro do corrente no período de representação externa para participar do XXXII Congresso Nacional de Vereadores & Agentes Públicos Municipais, em Maceió – Alagoas.

Porto Alegre, 24 de setembro de 2001.

                                                (a) Ver. Fernando Záchia.”

 

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este Plenário, no dia de ontem, viveu momentos da mais alta magnitude política. Aqui estiveram ex-Governadores, ex-Vice-Governador, Ministro de Estado, a Bancada do Partido Progressista Brasileiro desta Casa, Deputados Estaduais e Federais, ex-Deputados, ex-Vereadores, para um momento cívico importante na vida de Porto Alegre, do Rio Grande: estabelecermos o novo Diretório Metropolitano e, ao mesmo tempo, designar o candidato do Partido Progressista Brasileiro, por meio das prévias, para Governador do Estado no ano que vem.

As prévias foram, pela primeira vez, utilizadas pelo meu Partido, que, à época, tinha a sigla PDS. Dois daqueles que participaram das prévias aqui estiveram ontem: o ex-Vereador e ex-Governador, Deputado Federal, Ministro, Jair Soares, e o ex-Deputado Estadual, ex-Vereador desta Casa também, Deputado Federal, Secretário de Estado, Vice-Governador, Otávio Germano. Estiveram, ainda, aqui, Deputados Estaduais e Federais. Uma pessoa com 86 anos esteve aqui, ontem, também, para votar, porque as prévias foram criadas por nós.

Quando nós fizemos as prévias pela primeira vez, venceu Jair Soares, que se tornou Governador do Estado. Ontem, também duas chapas disputaram a Presidência do Diretório Metropolitano. Venceu o ex-Deputado Estadual e Federal Hugo Mardini. Mas o mais importante do momento que nós vivemos aqui, ontem, não foi apenas a escolha de Celso Bernardi para Governador do Estado. O PPB é o primeiro partido a indicar um candidato a Governador, a mostrar que tem no seu programa idéias de realização do bem comum, que vai buscar concretizá-las. Não vai fazer promessas, não vai dizer palavras somadas que se reduzam em nada, porque não serão cumpridas. O Celso Bernardi vai ter a palavra que realmente o gaúcho tem. Nós vamos prometer e nós vamos cumprir e temos um passado para assegurar que nós faremos isso. Mas o importante é que o Celso Bernardi venceu. Ele e Fetter agora são PPB, não são mais adversários numa prévia. Agora estão somando esforços para que no próximo ano nós possamos com força disputar a governança do Estado. O mesmo aconteceu na escolha da Direção do Diretório Metropolitano. Duas chapas com muito esforço, com muita garra discutiram, debateram e nós vimos o resultado da Chapa 1, comandada por Hugo Mardini e que agora, já na quarta-feira, vai definir a Executiva do Diretório Metropolitano para que nós possamos levar a mensagem do Partido Progressista Brasileiro a todos os porto-alegrenses.

Na realidade, nós precisamos mostrar que temos um passado de realizações sem contestação. Ninguém pode dizer que nós não realizamos nesta Cidade e neste Estado. Ninguém pode dizer isso. Realizamos obras nesta Cidade sem buscar aumentar impostos, sem arrancar do contribuinte, exaurido já, mais alguma coisa. Não, nós fizemos obras nesta Cidade, em todos os setores desta Cidade, não deixamos um setor da Cidade sem receber obras da nossa parte, obras das nossas administrações com recursos próprios sempre. Sem ter as benesses que a Constituição de 88 deu às Prefeituras.

Nós esperamos que a realização, a partir do que aconteceu aqui ontem, atinja a todos os gaúchos e porto-alegrenses. Nós esperamos que os nossos filiados, os nossos admiradores, nossos votantes continuem confiando que vamos realizar, porque nós temos todas as condições de fazer uma Porto Alegre melhor e que nós temos condições de devolver ao Rio Grande aquela dignidade que ele teve e perdeu, em razão da falta de palavra. O nosso trabalho será em cima da palavra do gaúcho, que nós vamos fazer cumprir. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, venho à tribuna em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, PC do B, para fazer um registro, nesta Casa, da realização da Conferência Municipal do PC do B, na última sexta-feira e sábado, dias 21 e 22, neste Plenário, dentro do processo de preparação do 10º Congresso Nacional do PC do B, que irá realizar-se no mês de dezembro, no Rio Centro, no Rio de Janeiro. Tivemos a alegria de, no ato de abertura, termos a presença do Partido dos Trabalhadores, do Partido Socialista Brasileiro, do Partido Comunista Brasileiro, além do Prefeito Municipal de Porto Alegre, companheiro Tarso Genro; representação da CUT; representação da União Nacional dos Estudantes. Aliás, no sábado, tivemos a presença do Presidente Nacional da União Nacional de Estudantes.

Nesse ato também prestamos uma singela e emotiva homenagem a quatro militantes históricos do nosso Partido, com mais de quarenta anos de militância, desde o período da clandestinidade, no caso a companheira Venina Pureza de Freitas, Vice-Presidente do SINDISERF; o historiador, engenheiro, urbanista, Francisco Riopardense de Macedo; o Sr. Alberto de Los Santos, Cidadão de Porto Alegre; o Líder comunitário e operário Dorval Araújo e o Líder proletário histórico, ex-Vereador desta Casa, Eloy Martins.

Essa Conferência, que se realizou neste final de semana, do PC do B, culminou em um processo de quase três meses de debates, realizados nas diversas organizações de base do PC do B, que totalizaram mais de cem reuniões preparatórias de debates das teses e que se debruçaram sobre três grandes temas: a questão da realidade do mundo atual e a escalada belicista que observamos; a situação nacional e a busca de um novo rumo para o Brasil e a construção de um forte partido, à altura das necessidades das transformações que o país exige. Cerca de cento e sessenta delegados tirados das organizações de base, nas quais, 44% eram mulheres, representando um total de quatro mil e quinhentos filiados do PC do B, em Porto Alegre, nos dias de hoje. Depois de um dia intenso de debates unitário, profícuo, elegeram um novo Comitê Municipal do PC do B, composto de vinte e três titulares e nove suplentes, e tiraram também a delegação à Conferência Estadual, que realizar-se-á em fins de outubro, num total de quarenta e três delegados titulares e quinze delegados suplentes.

Para a Presidência do PC do B municipal, foi eleito, num clima de grande unidade, o camarada Nelson Salles, experiente dirigente proletário do PC do B, atual Secretário de Organização do Comitê Estadual, ex-dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas e ex-dirigente sindical do Sindicato dos Petroquímicos de Triunfo. Com muita honra, fui escolhido, também, Vice-Presidente do Partido em Porto Alegre.

Para concluir este encaminhamento, eu quero noticiar e convidar todos os Vereadores presentes e aqueles que nos escutam em suas casas para um grande debate, que realizar-se-á no dia de amanhã, no SINDIÁGUA, na Leonardo Truda, nº 40, 15º andar, cuja temática será “O Caráter da Crise do Sistema Capitalista”, “O Hegemonismo dos Estados Unidos” e “O Papel da ALCA.” Teremos, para abrilhantar esse debate, a presença do camarada Edson Silva, Secretário de Estado das Obras Públicas de Saneamento e o Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Luiz Dario Ribeiro, Professor de História Contemporânea. Teremos, para coordenar o debate o Vereador do PC do B, Néio Pereira, atual Secretário de Saúde do Município de Gravataí. É um debate também no contexto da preparação do nosso 10º Congresso, e estão todos convidados, o que acreditamos que irá contribuir para uma melhor compreensão do mundo dos dias de hoje.

Concluo dizendo que seguiremos esses debates todas as terças-feiras seguintes, dia 2, 9 e 16 de outubro, com diferentes temas que nós, a cada semana, anunciaremos aqui. Um profícuo trabalho para todos nós nesta Sessão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Zero Hora de sábado, 22 de setembro, registra em manchete alguma coisa muito importante para o futuro dos porto-alegrenses. Diz: “Projetos da Prefeitura serão enviados até quarta-feira à Câmara. Retorno do IPTU progressivo deve aumentar valor do tributo.”

Queremos chamar a atenção dos porto-alegrenses, e desta Câmara em especial, que o pacote que está para chegar a esta Casa é, pura e simplesmente, aumento de impostos, e com um agravante, sob o manto do imposto progressivo quer-se aumentar também a planta de valores. Aqui está a declaração do Secretário: “Muitos estão pagando imposto abaixo do que o seu imóvel realmente vale, e isso precisa ser corrigido.” Adiante diz o Sr. José Eduardo Utzig, Secretário da Fazenda do Município: “A primeira mudança será reavaliação da planta de valores de todos os imóveis que estão com o preço abaixo dos de mercado. Depois da reavaliação, que aumentará o valor de cada propriedade, a cobrança do IPTU também sofrerá modificações para mais.” Então, sob o manto daquilo que hoje é permitido pela alteração Constitucional da Emenda nº 29, do ano passado, virá para esta Casa um aumento de impostos, que não é só progressivo, é também seletivo, porque progressivo, para mim, já é, por quê? Porque se a base, o índice, a alíquota é 0,85, se o imóvel vale 100 mil, paga “x”, se vale 300 mil paga-se “x”, mais “x” e mais “xis”, paga mais; então, já é progressivo. Não, o que se quer é seletividade. É pegar os imóveis e as zonas de maior valor de Porto Alegre e aumentar escandalosamente o imposto. Mas não é só isso, senhoras e senhores, querem avaliar, também, a planta de valores, ou seja, o Secretário disse com todas as letras: “Os imóveis estão com o preço defasado.” Ora, os salários estão também defasados. A crise bate em todos os lares. Então, o que se quer é um pacote simplesmente de aumento de impostos. Então, o que se pretende para compensar essa situação? Pretende-se algumas coisas que já existem. Por exemplo: aposentados e trabalhadores inativos pagarão menos ou não pagarão ou camadas mais pobres da sociedade terão redução. Isso já existe em Porto Alegre, atualmente. Aqui, há uma novidade: propriedade com produção primária. Ora, isso aqui é outro engodo. Na verdade, nós votamos aqui, o Ver. João Antonio Dib, inclusive, pediu renovação de votação, eu votei contrariamente à transformação da zona rural em zona urbana, que, agora, quer-se dar como benesse aquilo que é justo, se é uma pequena propriedade, daquilo que é a produção primária de Porto Alegre. Porto Alegre é a única Capital do Brasil que tem sindicato rural e é por isso que tem uma produção rural exuberante, tem uma Festa do Pêssego maravilhosa, tem uma produção de arroz, inclusive. Então, é apenas fazer-se justiça. Não vão querer que o pequeno proprietário, que dá a comida para nós, que coloca na CEASA, que hoje paga o Imposto Rural Federal, que é muito menor que o IPTU, vá pagar o IPTU progressivo.

Então, tudo isso aqui é um engodo, é a chamada matriz tributária que, muitas vezes, na Assembléia, foi rechaçada em nome dos interesses dos rio-grandenses.

Agora, o que eu fico perplexo é que o PT tem o discurso mais exaltado, mais exacerbado de que vivemos no Brasil, talvez, a maior crise e que pode agravar-se agora, não por causa da Argentina, mas porque os Estados Unidos estão colocando todos os seus dólares na segurança, na guerra, enfim, vai trancar os subsídios da América Latina, entre os quais, para o Brasil. Então, a situação vai piorar, não há aumento de renda, a gasolina aumenta na semana que vem, já está nos jornais. Os salários não aumentam. E o PT, a Administração Popular, ingenuamente ou ingenuamente entre aspas, maliciosamente, sim, quer impingir a esta Casa como se nós fôssemos apenas os condutores, os algozes da população de Porto Alegre se tivéssemos a insensatez de aprovar tal Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. “Se as crianças são o futuro, por que afogamos o presente? Os alagamentos, até quando?” É sobre esta palavra de ordem que a comunidade do 4º Distrito, especialmente do Bairro São Geraldo, por uma iniciativa bastante vinculada ao Colégio Santa Família, realizou, hoje, pela manhã, uma mobilização extremamente dinâmica e positiva para provocar a atenção da Administração Municipal que vem fugindo de encaminhar, no mínimo, um debate sério com aquela comunidade a respeito da situação dos alagamentos no 4º Distrito, no Bairro São Geraldo. Acompanhamos aquela manifestação, juntamente com os Vereadores Beto Moesch, João Carlos Nedel, Ervino Besson e verificamos como estudantes, irmãs religiosas, algumas inclusive septuagenárias, os próprios sacerdotes da Igreja São Geraldo, comerciantes, mães, donas de casa, jovens de um modo geral se mobilizaram no sentido de reivindicar aquilo que são os seus direitos básicos de cidadãos, de contribuintes de impostos. Como dizia a Irmã diretora do colégio: “O IPTU recolhido no Bairro São Geraldo é bastante significativo, no entanto o abandono do Bairro também é significativo.” Com a mobilização de carro de som, com a presença da mídia de um modo geral, pasmem os senhores, até mesmo com dois azuizinhos, que uma hora depois conseguiram aparecer por lá - quando nós temos outras mobilizações, normalmente eles são os primeiros a aparecer para ajudar a trancar o trânsito - lá, eles tentaram até fazer uma pressão sobre os jovens. Conversamos com eles, explicamos claramente o objetivo da mobilização, aí eles passaram a nos ajudar - eu quero deixar isto bem registrado -, contamos depois com o apoio dos dois profissionais azuizinhos que lá estiveram. Fizemos uma mobilização de uma hora e meia, mais ou menos, que, sobretudo, mostrou, aquela comunidade que não está disposta a se deixar enrolar, quer pelo DEP e seu responsável, quer pelo Gabinete de Relações Comunitárias do Prefeito Tarso Genro ou pelo próprio Prefeito. As ameaças que registrei aqui, na semana passada foram feitas, sobre a irmã, a diretora da escola, e tiveram esse condão importante, aliás, verbalizado por um cidadão na reunião de que participei na semana passada. O cidadão, depois de se apresentar, dizia à irmã: “Irmã, eu ouvi na rádio a sua entrevista e ouvi a pressão que o pessoal do DEP fez sobre a senhora. Então, eu vim aqui lhe prestar a minha solidariedade, o meu apoio. Se eu não estava envolvido antes, passei a ficar envolvido agora.”

É curioso que, quando nós temos mobilizações, comentava comigo uma pessoa, nos acostumamos a ver as bandeirinhas vermelhas. E quando as bandeirinhas vermelhas não aparecem, nós, infelizmente, somos obrigados a ouvir desaforos e palavrões, como hoje aconteceu com um cidadão que tinha o carro todo embandeirado com coisas do PT e que, pelo jeito, se sentiu agredido, porque a população estava mobilizada a recuperar parte de uma cidadania que foi apropriada pelo Partido dos Trabalhadores, mas que não é devolvida na hora em que ela é também exercida sem o controle do Partido ou do Governo Municipal.

Nesse sentido, creio que foi muito positivo o movimento de hoje. Nós vamos ter, amanhã, outra reunião com a comunidade, com a presença de Vereadores, o Ver. Fernando Záchia, que já esteve lá em outras ocasiões. Tenho certeza de que, se o DEP não conseguiu ouvir essa comunidade, nós vamos passar a ter alguns problemas de trânsito no cruzamento da Av. Farrapos com a Av. São Pedro, porque a comunidade está disposta a, realmente, mostrar que a sua paciência acabou. Eles pagam impostos, eles têm o direito de serem ouvidos e eles vão se fazer ouvir. E se a Prefeitura não for capaz de ouvi-la pelo caminho normal que se espera de um Governo que se diz transparente e democrático, vai ouvi-la por intermédio de problemas que vão ser criados na região. E se hoje a manifestação foi absolutamente pacífica, no sentido do bom senso de abrir e trancar a avenida alternadamente, de maneira a não gerar um grande problema no trânsito, se nós não formos ouvidos é muito provável que em outras vezes haja menor bom senso e se faça um grande bloqueio de avenida, quem sabe lá, às 18 horas. E daí, talvez, o Prefeito Tarso Genro consiga ouvir o 4º Distrito e o Bairro São Geraldo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, o que nos traz a tribuna, hoje, no período de Comunicações, é sobre a manifestação que teve o nosso apoio, estivemos presentes no evento que é “Um dia na cidade sem meu carro”. Evento promovido pela EPTC, estiveram presentes também o Ver. Sebastião Melo, Ver. Estilac Xavier e outros Vereadores, Executivo. Essa manifestação teve um artigo de opinião do Diretor-Presidente da EPTC, Luiz Carlos Bertotto. Já, de antemão, quero dizer que apoiamos 100% do que está estabelecido neste artigo de opinião. E gostaria, rapidamente, de debatê-lo, até porque, por diversas vezes, vim a esta tribuna e debati com os Vereadores sobre, justamente, transporte alternativo e poluição atmosférica na Cidade de Porto Alegre, que é, justamente, o tema que está por trás dessa manifestação: “Um dia na cidade sem meu carro”. O Secretário Bertotto fala então: (Lê.) “a prioridade seja o pedestre, o ciclista, o transporte público?... Parar para pensar mais seriamente sobre as políticas ambientais e de qualidade de vida; de as cidades se reestruturarem para tratar a mobilidade urbana de forma sustentável.” Ele expressa muito bem que essa iniciativa se deu na União Européia. Mas vejam: na União Européia, temos ciclovias; na União Européia, temos ferrovias e outros modais ferroviários. Na União Européia, temos o transporte fluvial de passageiros. Nós apoiamos e estivemos presente a essa manifestação: “Um dia na cidade sem meu carro”. Agora, precisamos dar alternativas para as pessoas. E é isso que não se vê na Cidade de Porto Alegre. Onde está o transporte fluvial de passageiros? Ele expressa muito bem aqui: “tratar a mobilidade urbana de forma sustentável.” Nós só podemos nos locomover aqui na Cidade de Porto Alegre por via rodoviária, que é insustentável. A própria agenda 21, da ECO 92, destacou que as cidades, para serem sustentáveis, precisam dar alternativas de mobilidade. Nós debatemos isso também, várias vezes, aqui na Comissão Especial para acompanhar a III Perimetral. A única política que se adota aqui na Cidade de Porto Alegre é justamente a via rodoviária.

Ele expressa outras coisas que nós concordamos, mas que, infelizmente, não vemos ser executado na Cidade de Porto Alegre. (Lê.) “A melhoria da qualidade de vida no meio ambiente..., uma maior informação aos cidadãos sobre os modos de transportes ligados à mobilidade sustentável na cidade e sobre os riscos de poluição atmosférica.” Nós fizemos um Pedido de Informações sobre poluição atmosférica e a própria Prefeitura concorda que a resolução do CONAMA, de 89, que estabelece o controle móvel de poluição atmosférica não está sendo executada pela Prefeitura. Está aqui a resposta ao Pedido de Informações. E, conclui, dizendo “sobre a democratização do uso do espaço público e a dimensão da solidariedade.” O que se vê são os alargamentos das avenidas na Cidade de Porto Alegre, tirando o espaço do pedestre. O pedestre está sendo sufocado, ele não tem segurança, porque se prioriza e continua se priorizando na Cidade de Porto Alegre o automóvel em detrimento do pedestre, o automóvel em detrimento de outros modais, do fluvial, que já é lei aprovada aqui pela Câmara de Vereadores, das ciclovias, também legislações que determinam isso, aliás, fluvial e ciclovia aprovadas por diversas vezes no Orçamento Participativo da Cidade. Então uma exigência normativa e uma exigência do próprio Orçamento Participativo.

Finalizando, então, Sr. Presidente, nos somamos a essa campanha para que nós, aos poucos, deixemos o carro de lado. Mas, para isso, nós precisamos ver a Prefeitura de Porto Alegre disponibilizar a sociedade de outros meios de mobilidade, e isso até então nós não estamos vendo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Está encerrado o período de Comunicações. Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 3284/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 231/01, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que denomina Rua Candido Genro Neto um logradouro cadastrado, localizado no Bairro Lami.

 

PROC. 3482/01 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 237/01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que autoriza o Executivo a implantar o Programa Municipal de Saúde Vocal.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 3341/01 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 020/01, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre segurança em estabelecimentos comerciais e congêneres; altera a Lei Complementar nº 284, de 27 de outubro de 1992, e alterações posteriores, e dá outras providências.

 

4ª SESSÃO

 

PROC.  3431/01 - PROJETO  DE  EMENDA  À  LEI  ORGÂNICA Nº 007/01, de autoria do Ver. Marcelo Danéris, que altera dispositivos da Lei Orgânica do Município. (licença do Prefeito)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Pauta hoje, realmente, está como eu gosto, não tem grande número de projetos e nada de mais complicado.

Não é que eu fuja das leis, só que eu acho que neste País há leis em excesso e eu não estou muito de acordo com a atitude de fazer leis e não cumpri-las. O importante da lei é que ela seja clara, precisa, concisa e respeitada.

Mas o Ver. Haroldo de Souza está denominando uma rua com o nome de Cândido Genro Neto. Eu não analiso, em geral, nome de ruas, mas esta me chamou a atenção, porque eu leio tudo, e, na Exposição de Motivos, eu vou pedir licença ao Ver. Haroldo de Souza para ler um parágrafo com o qual ele encerra as razões da homenagem para que o Sr. Cândido Genro, que não é parente do nosso Prefeito, seja homenageado: (Lê.) “Alegre por natureza, deixou por testamento o seguinte pensamento: ‘As horas se tornam dias e o tempo vai embora, mas as palavras que dizemos e as coisas que fazemos tocam as vidas de outros e vivem para sempre na memória’”.

Eu achei muito bonito e acho que vale a pena ser registrado nos Anais desta Casa.

O Ver. Carlos Alberto Garcia pretende implantar um Programa Municipal de Saúde Vocal. Eu acho que já tinha que me inscrever, porque agora me tornei um pouco rouco, estou com dificuldades. Mais afônico, me socorre o Ver. Pedro Américo Leal.

Mas eu gosto de ver como escrevem os advogados. A Procuradoria da Casa, em extenso Parecer prévio, dá a entender que não tem problema nenhum o Projeto de Lei do nobre Ver. Carlos Alberto Garcia, e finaliza dizendo o contrário: (Lê.) “... de ressalvar apenas que o conteúdo normativo do art. 5º do Projeto de Lei em exame, ao atribuir atividade ao Chefe do Poder Executivo, salvo melhor juízo, atrai mau ferimento ao princípio constitucional da independência dos poderes, e que é de competência privativa deste realizar a Administração Municipal, preceito que resta afetado pelo disposto no art. 3.º da proposição.” Quer dizer, o art. 3.º diz que: (Lê.) “Será de responsabilidade das Secretarias Municipais de Educação, Esporte, Recreação, Lazer e Saúde a formação de diretrizes para tornar viável a execução plena do Programa Municipal de Saúde Vocal, ficando a cargo dos profissionais de fonoaudiologia a coordenação real do Projeto.” E o art. 1º diz que: (Lê.) “O programa tem por finalidade prevenir distúrbios do aparelho fonador dos profissionais das áreas de educação, educação física, desportos, recreação e lazer”, mas não diz se isso é só nas escolas municipais ou se é em toda a Cidade. O art. 5º, que a Procuradora da Casa chamou atenção, diz que: (Lê.) “O Executivo Municipal regulamentará essa lei no prazo de 90 dias, a partir da data de sua publicação.” Parece-me que o art. 4º é muito mais sério, diz que: (Lê.) “A despesa decorrente da execução dessa lei correrá por conta de dotações orçamentárias próprias.” Eu lembro, inclusive foi até amaldiçoada hoje, a Lei de Responsabilidade Fiscal. Nada mais neste País pode-se fazer sem dizer de onde virão os recursos, como eles afetarão a execução orçamentária, e deve ser dito “para o ano em que se faz a proposição e para os dois próximos anos”. Isso aqui não tem como medir, mas a Procuradoria não falou do caso da Lei de Responsabilidade Fiscal, que deve estar presente em todos os Projetos de Lei, quer sejam eles do Executivo, ou autorizativos, como propõe, agora, o Ver. Carlos Alberto Garcia.

Portanto, acho que não há muito o que votar nessa matéria, mas a idéia é boa, mas o final é autorizativo, sem nenhuma preocupação de onde virão os recursos para que isso se torne realidade. Lembro que o Ver. Marcelo Danéris quer que o Prefeito viaje sem autorização do Legislativo para o exterior, até 15 dias. Quer dizer que 14 dias ele pode viajar, e o Prefeito já está anunciando que, no dia 3 de novembro, ele deve estar em Roma para um Projeto das C 15. São 15 cidades que se antepõem ao G8, o Grupo dos Oito. Eu sei que a Bancada do PT nos deve a relação dos C 15, das 15 Cidades. Qualquer hora dessas, nós a receberemos e poderemos fazer uma análise mais profunda. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de me referir ao Projeto em Pauta, do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre segurança em estabelecimentos comerciais e congêneres. Quer o Ver. Raul Carrion, em virtude de algumas dificuldades de segurança que aconteceram, que prédios onde funcionem shopping centers, casas e lojas comerciais com mais de mil metros quadrados, supermercados, hipermercados, instituições financeiras ou de fomento tenham acesso físico exclusivo para fins de entrada e saída dos responsáveis pelo serviço de transporte de valores.

Não dá para entender, Ver. Raul Carrion, querer que shopping tenha entrada exclusiva – parece que está brincando – para carros de transporte de valores. Imaginem que os shopping centers construídos há muitos anos terão 90 dias para executarem as adaptações dessa lei. Isso vai encarecer a operação, vai inibir mais ainda o comércio em Porto Alegre, vai afastar novamente quem traz emprego. Eu duvido que, com essa lei aqui, eles queiram colocar mais estabelecimentos dessa espécie em Porto Alegre. Os shopping que estão em construção, que tiveram suas plantas já aprovadas...

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Vereador, inclusive o seu companheiro de Bancada, Ver. João Antonio Dib, nos parabenizou pela idéia e fez algumas restrições à questão do prazo, que nós estamos abertos para modificar. Eu quero-lhe dizer que dei entrada nesse Projeto porque, há poucos dias ocorreu um tiroteio em pleno shopping center na área de alimentação, onde uma senhora de 66 anos, um jovem de 14 anos, mais um funcionário e outra pessoa foram atingidos pelos disparos dos assaltantes, porque uma empresa de transportes de valores transitava dentro do shopping em meio àquela massa de pessoas. O que ocorre é que o trânsito de valores por dentro de um shopping, onde milhares de pessoas se fazem presentes, ou dentro de um banco, é extremamente perigoso para os funcionários e para os usuários. A nossa preocupação é que esse transporte de valores se dê através de uma passagem especial, que esse serviço não transite no meio do shopping center. Para isso não há dificuldade nenhuma de adaptação, tanto que as empresas que entregam mercadorias tem uma entrada especial, a entrada de serviços. Também os serviços de transporte de valores têm de ter essa entrada. Parece que V. Ex.ª está preocupado com os lucros das empresas e não com a segurança dos cidadãos e dos usuários.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu não concordo. Mesmo que o Ver. João Dib tenha aprovado essa idéia, isso mostra que no meu Partido o assunto é democrático. Eu penso que, tendo em vista haver uma doença na Cidade, que é a falta de segurança, nós não podemos querer matar o doente por falta de remédio.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu disse que a idéia de fazer acesso e saída independente para esses veículos é boa; não pode ser desprezada. Mas eu gostaria de saber como ela será feita, pois isso não é absolutamente fácil e é quase inviável em muitos casos. É uma idéia para ser estudada. Eu não acho que a idéia seja má, mas não acho que ela seja, da forma como foi colocada, viável.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: V. Ex.ª sabe que de boas idéias o mundo está repleto, mas, muitas vezes, elas não são factíveis. Imaginem o Shopping João Pessoa, na Praça Piratini... não há espaço. Esse shopping está lá há vinte anos e não tem espaço para fazer adaptação, mas lá há uma instituição bancária que tem hora para a entrada de recolhedores de valores. Penso que nós estamos complicando a vida das empresas em Porto Alegre, afastando-as cada vez mais da nossa Cidade e possibilitando que o desemprego cresça e se torne prejudicial à nossa Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, quero aproveitar este espaço para discutir e opinar sobre o Projeto de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a segurança em estabelecimentos comerciais e congêneres e que altera a Lei Complementar nº 284.

O problema, na minha opinião, está muito em torno da concepção de sociedade, da concepção de economia que nós, infelizmente, em Porto Alegre, acabamos adotando e introduzindo os megaempreendimentos sem nenhum cuidado com a segurança, sem nenhum cuidado com o transtorno que esses megaempreendimentos causam para os usuários desses espaços e, principalmente, para o entorno. Já foi mencionado aqui, inclusive, o grau de insegurança e de tiroteios que houve em pleno shopping center, a partir do transporte de valores.

Em primeiro lugar, cabe lembrar que os bancos desta Cidade, descumprem um conjunto de leis que esta Casa aprovou. A Lei do Ver. Juarez Pinheiro com referência às filas é freqüentemente burlada, e se tem dificuldade na sua própria fiscalização, porque, infelizmente, nós ainda não temos uma consciência cidadã que faça com que, cada vez que fiquemos tempo demais numa fila, reclamemos e busquemos os nossos direitos.

Neste ano, setenta bancos foram assaltados na Região Metropolitana, a maioria deles em Porto Alegre, inclusive na semana passada. E a Lei nº 8.115, que obriga a instalação de câmeras de vídeo, é completamente descumprida. Valores são transportados, escoltados por homens armados que entram nesses grandes empreendimentos, e qualquer problema de segurança pode causar uma tragédia, uma grande tragédia. De tragédia nós já estamos cansados e não podemos mais agüentar nenhuma.

Nesse sentido, eu quero empenhar, aqui, o meu apoio ao Projeto de Lei, quando fala nos prédios em que funcionam shopping centers, casas e lojas comerciais com mais de mil metros quadrados. A questão de 1.000m, 1.500m2, isso aí se pode discutir; o importante é a preocupação com o tipo de empreendimento: sem nenhuma segurança, sem nenhuma guarida para o cidadão que se utiliza desse espaço. É preciso ter, de fato, uma entrada e saída para os responsáveis pelo serviço de transporte de valores. Isso é o mínimo que se pode exigir na nossa Cidade.

Nós tivemos uma lei extremamente meritória, do Ver. João Motta, que coíbe, na Cidade de Porto Alegre, empreendimentos acima de 1.500m2, a não ser em casos muito específicos. Chega de shopping centers, chega de hipermercados; nós temos de resguardar a convivência que algumas cidades importantes do mundo já mostraram para nós, de pequenos empreendimentos, de um centro de cidade revitalizado. Nós estamos nesse processo. É preciso avançar, e as câmeras de vídeo já são uma decisão, já são uma aprovação da municipalidade, inclusive para o Centro da Cidade. Portanto, é um Projeto que tem, também, o interesse pela segurança dos cidadãos e a preocupação com isso. Nesse particular, nós achamos que é fundamental que um conjunto de leis seja feito nesta Cidade, que esta Câmara aprove essas leis, e que nós possamos, posteriormente, fiscalizar o seu cumprimento, porque um dos grandes problemas que nós temos, normalmente, é com referência a sua fiscalização. E nós temos que dar um basta à prepotência, à ganância do sistema financeiro, que vem para a Cidade nesse processo que eu chamo de “privataria”, compra o Meridional, instala-se como Santander. Nós, sem dúvida nenhuma, aplaudimos o Centro Cultural Santander, mas repudiamos, com a mesma veemência, a forma descarada com que trata os seus funcionários, ou, a forma como age como no Rio de Janeiro, onde, inclusive, está demitindo pessoas portadoras de lesão por esforço repetitivo. Aqui, em Porto Alegre, nós queremos marcar, neste momento, o nosso repúdio ao descumprimento da legislação, à falta de segurança, principalmente na área bancária, no transporte de valores. Que vingue e que aprovemos o Projeto! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, impossível não comentarmos a proposta feita pelo Ver. Raul Carrion. Ela traz para esta 3ª Sessão, uma discussão de problemas que são criados, Ver. Humberto Goulart, pela nova sociedade, pela sociedade moderna que, de uma hora para outra, criou situações inusitadas para o convívio dos cidadãos.

A questão da segurança do transporte de valores é uma situação nova, quer dizer, empreendimentos muito menores do que os colocados pelo Ver. Raul Carrion estão-se utilizando de empresas especializadas em transportes de valores para evitar a evasão, a fuga de recursos amealhados ao longo de labuta diária, resultado de muito sacrifício dos proprietários, dos trabalhadores. Mas o que se vê hoje é uma coisa que choca, principalmente quando se está com crianças, ou seja, de uma hora para outra se passa mesmo na calçada e descem cinco ou seis cidadãos com espingardas e armamento de alto calibre. Há um choque emocional nas crianças. Esses fatos são típicos de uma sociedade que coloca os valores econômicos acima da vida. A grande discussão que traz o Projeto do Ver. Raul Carrion - o Ver. João Carlos Nedel não o apanhou na sua inteireza, porém o Ver. João Antonio Dib manifestou sensibilidade – refere-se à sociedade em que vivemos hoje, na qual o valor econômico está colocado acima dos valores da vida, da convivência harmoniosa entre os cidadãos. Não é possível que esses estabelecimentos com 1.000m2, Ver. Raul Carrion, não tenham uma saída, se não para veículos, para que aquelas pessoas que vão com aquelas sacolas buscar os valores possam passar sem transitar no meio da população idosa, de crianças, enfim, de todos aqueles que acorrem a esses estabelecimentos financeiros ou estabelecimentos comerciais. O seu Projeto, inclusive, precisa ser aperfeiçoado, por que só acima de 1.000m2? Acho que muito menos, estabelecimentos muito menores estão-se utilizando desse sistema e colocando em risco pessoas que não têm nada a ver com aquela atividade econômica.

Outra questão que eu penso que V. Ex.ª poderia aperfeiçoar no Projeto é o estabelecimento de horários diferenciados. Ou seja, não é no horário do pico, Ver. Humberto Goulart, que seis brutamontes vão ali com espingarda de cano serrado passar no meio da população, causando um dano psicológico nas crianças, talvez, inimaginável, além do risco que coloca a partir da possibilidade de assaltos. Portanto, afora a questão de haver saídas que possam ou não ser para veículos, há de se especificar um horário para a retirada desses valores. Não é no horário de maior afluência de público que esses valores devem ser transportados, porque a vida das pessoas fica em risco.

Portanto, eu penso que a iniciativa é da maior qualidade, precisa ser aperfeiçoada para atingir o objetivos colimados, mas V. Ex.ª está de parabéns. E nós podemos contribuir principalmente nessa questão de estabelecimento de horários diferenciados. E que também os estabelecimentos menores, que se utilizem desse sistema de transporte de valores, sejam apanhados pela legislação proposta por V. Ex.ª.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu agradeço a preocupação do Vereador, a sensibilidade para com o Projeto, e penso que o próprio Vereador que teve essa idéia pode pensar em emendas para contribuir. O nosso Projeto está na Casa para que os Vereadores contribuam na sua elaboração e o aperfeiçoem; que ele seja feito com todos os Vereadores participando. É esse o nosso objetivo. A limitação da quantidade, do tamanho do estabelecimento... É que nós sabemos que as quadrilhas se dirigem mais para os grandes estabelecimentos onde há grande movimento de dinheiro. Mas é de adequar qual o tamanho, a partir do qual esse risco aumenta e há esse transporte. Estamos abertos para toda essa discussão.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Quero encerrar com a intervenção de V. Ex.ª e dizer que, no ponto de vista de ordem legal, constitucional, não há nenhum óbice, porque se trata aqui, claramente, do exercício do poder de polícia administrativo do Município. Portanto, sua proposta reúne todos os requisitos, tanto no que tange ao mérito, como no que tange à competência do Vereador para iniciar esta matéria. Nossos parabéns, e vamos, sim, contribuir estudando a sua iniciativa, talvez com uma emenda especificando a questão dos horários para a retirada desses valores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): A Ver.ª Maristela Maffei está com a palavra. Ausente. O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho à tribuna para falar no Projeto de Lei do Ver. Raul Carrion e no Projeto de Lei do Ver. Marcelo Danéris. Comecemos pelo do Ver. Raul Carrion. Primeiro me somo às opiniões do nobre e ilustre Ver. Juarez Pinheiro, sobre a oportunidade da iniciativa, Ver. Raul Carrion, e o seu alcance social, a sua importância social. V. Ex.ª já me comentava, há alguns dias, aqui na Câmara, sobre o assunto. Ainda mais quando se percebe que o manuseio de armas, às vezes, é feito por homens especializados ou supostamente peritos. Tivemos, há pouco tempo, um assunto que ainda abala a sociedade gaúcha, que foi a morte do menino Thomas; um acidente produzido por uma arma 12 que atingiu letalmente aquele jovem tenista, fato que envolveu um tenente da Brigada. Aqui, V. Ex.ª se preocupa em disciplinar o acesso dos seguranças das corretoras de valores, que andam por todos os lugares: no calçadão da Rua da Praia, dentro dos shopping, nos bancos, não há lugar onde eles não estejam, normalmente em atitudes ostensivas, com as mãos nas coronhas das armas e com as escopetas ou as 12, causando intimidação. Eu não sei qual o regramento; acredito que seria importante trazer ao debate desse seu Projeto que disciplina o uso dessas armas os treinamentos, os registros, a carga horária desses homens, se eles têm psicotécnico. Nem sei se é de competência nossa, mas a discussão é válida. Portanto, receba meus cumprimentos, e a legislação poderá ser notadamente aperfeiçoada, como V. Ex.ª bem expôs aqui.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Estilac Xavier, às vezes, até a curiosidade popular faz com que, quando um caminhão desses estaciona, haja quatro, cinco ou seis pessoas olhando com curiosidade o que está acontecendo, e, de repente, com relação a essas pessoas, não se sabe se são facínoras ou se são apenas curiosas. Acredito que o mérito do Projeto é de levantar o problema para que, somados todos os esforços, encontre-se uma solução.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Agradeço o enriquecimento da sua exposição. São homens que devem estar treinados com equipamentos adequados e, certamente, ao chamar a atenção, não sabem distinguir, e isso pode, de fato, produzir situações de perigo ou risco. É bem-vindo esse Projeto.

O segundo Projeto que eu gostaria de discutir é o Projeto de Emenda à Lei Orgânica, do Ver. Marcelo Danéris que, em boa oportunidade, apresenta a esta Casa um distensionamento e uma medida que vai tornar melhor o andamento das nossas Sessões. O Ver. João Dib é um dos nossos proponentes, eu me somo sempre a ele nas questões que dizem respeito à agilidade aqui, temos uma preocupação comum com o número de requerimentos, número das moções, mas existe uma obrigação que o Prefeito tem de cumprir a cada viagem que faz, num determinado número de dias, por que tem que ser isso? Qual é a diferença que existe entre o Prefeito - e as suas responsabilidades - e o Governador e o Presidente da República ? Alguns dirão: “Não, um é diferente do outro hierarquicamente.” Não, não é hierarquia, o que há é competência diferenciada. E, se há competência diferenciada, aqui nós podemos estabelecer, sim, que a nossa Lei Orgânica permita que o Prefeito se ausente da Cidade num número de dias maiores do que aqueles que, hoje, estão previstos, diminuindo o grau de tensão e de discussões, muitas vezes desnecessárias, feitas aqui.

Então, eu acho que essa Emenda do Ver. Marcelo Danéris produz um efeito benéfico se for aqui aprovada, e eu acho que nós devemos aprová-la, e ela deverá ser encaminhada junto com outras questões que possam facilitar. Nada que possa ser omitido a esta Casa. Não se trata disso, podemos aperfeiçoar todos os procedimentos da licença, do número de dias, dos relatórios, dos documentos que iniciam o processo e aqueles que devem dar fim a ele, quando se trata inclusive das prestações de contas. Muito bem-vindo o Projeto de Emenda à Lei Orgânica do Ver. Marcelo Danéris. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Registramos a presença do Ver. Bernardo Amaro, do PMDB de Cachoeirinha. Seja bem-vindo, Vereador. (Palmas.)

Ver. Raul Carrion.

 

O SR. RAUL CARRION: Solicito os 10 minutos previstos para a prestação de contas da nossa viagem a Montevidéu em representação desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Deferimos, de plano. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para que faça uma explanação a respeito da representação que fez desta Casa em Montevidéu.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos vindo aqui para relatar a nossa participação no Encontro Internacional realizado em Montevidéu, nos dias 13, 14, 15 de setembro, passados, recentes, promovido pela Fundação Rodney Arismendi.

Rodney Arismendi é um grande intelectual e líder político uruguaio, eleito sete vezes Deputado Nacional, fundador e dirigente da Frente Ampla, Senador eleito em 1989 por esta Frente Ampla, da qual foi fundador e dirigente, e Secretário-Geral do Partido Comunista Uruguaio, de 1955 a 1987.

Queria dizer que a nossa participação neste Encontro, que se debruçou sobre a realidade do mundo atual, sobre a questão da democracia e sobre a questão da unidade do povo para as transformações sociais foi uma participação sem qualquer despesa para este Executivo, Ver. João Antonio Dib, nem com passagens e nem com estadia. Nós fizemos questão de ir representando esta Casa para que ela estivesse presente naquele evento.

A abertura deste evento internacional ocorreu no Salão Nobre da Universidade da República e a apresentação dos trabalhos e dos debates na Faculdade de Humanidades e Ciências da Educação da Universidade da República.

Tive a honra de participar da Mesa de abertura desse Encontro Internacional, junto com representantes da Alemanha, de Cuba, do Chile, da Argentina e do próprio Uruguai. E usei da palavra, representando esta Casa e o nosso Presidente, Fernando Záchia.

É muito difícil transmitir toda a riqueza dos debates ocorridos nesses três dias desse Encontro Internacional. De toda forma, vamos destacar algumas das questões debatidas, que podem servir para a nossa Casa.

O primeiro grande tema, como eu já havia dito, foi uma discussão sobre o mundo atual e os desafios do novo milênio. Nessa discussão, Ver. Fernando Záchia, dados dos órgãos internacionais, dados até estarrecedores foram trazidos, como a explosão da dívida externa nesses últimos dez anos de neoliberalismo. Os dados nos informam que a dívida do chamado 3º Mundo, unicamente de 1981 a 2000 passou de 500 bilhões de dólares para 2 trilhões e 100 bilhões de dólares, Ver. Humberto Goulart. Em apenas vinte anos, um aumento de 420% da dívida do 3º Mundo. Isto foi o que herdamos desse neoliberalismo bárbaro, selvagem que vem massacrando os povos do mundo.

E a América Latina, Ver. Pedro Américo Leal? Passou de 255 bilhões de dólares para 750 bilhões de dólares. Um aumento de praticamente 300%, e o que é pior, Ver. Marcelo Danéris: o serviço dessa dívida aumentou 800% nos últimos vinte anos. O serviço da dívida, que é o pagamento de juros e de amortizações - mas devemos dizer que é basicamente de juros - passou de 44 bilhões ao ano para 350 bilhões, sendo uma sangria que está causando a anemia dos povos do 3º Mundo, a miséria crescente. Fruto disto, os desempregados aumentaram, nos últimos vinte anos, de 1 bilhão e 100 milhões de desempregados para 1 bilhão e 600 milhões de desempregados, que não têm direito ao mais elementar direito humano, que é o direito ao trabalho. Os famintos do mundo somam, hoje, 800 milhões de pessoas, das quais 1 bilhão e 800 na absoluta miséria. Os 20% mais ricos do mundo consomem, hoje, 86% do consumo privado, e os 20% mais pobres, 1,3% do consumo privado do mundo. Oitenta e seis por cento os ricos e 1,3% os pobres! É esta a justiça do neoliberalismo, Ver. João Antonio Dib, que sei que no fundo, no fundo, não é o defensor desse sistema injusto.

A ONU nos diz, ainda, que em 1960 20% dos que vivem nas nações mais ricas tinham naquela época trinta vezes mais, uma renda trinta vezes maior do que os mais pobres. Em 1997, os mais ricos já têm setenta e quatro vezes mais renda do que os mais pobres. E oitocentos milhões de adultos são analfabetos neste mundo neoliberal. E tudo isso vem acrescido das guerras, do racismo, da xenofobia, do terrorismo, da marginalidade, da proliferação do uso das drogas.

Essa é a realidade, Ver. João Bosco Vaz, de quinhentos anos de capitalismo no mundo, que contrasta com o grande desenvolvimento tecnológico, que permitiria que ninguém passasse fome, Ver. Elói Guimarães, que todos tivessem a sua casa, que todos tivessem educação, saúde, cultura, lazer. Por que, então, um mundo de tanta tecnologia, de tanto progresso, coexiste com tanta miséria? Vai ficando claro que o capitalismo é incompatível com o progresso da humanidade e que é preciso uma transformação social, que, no nosso entender, é uma sociedade socialista, o socialismo renovado, profundamente democrático, Ver. Luiz Braz, mas que garanta ao conjunto dos trabalhadores não só a democracia política, mas também aquela democracia social que todos nós buscamos.

O segundo grande tema tratado nesse Encontro Internacional em Montevidéu foi exatamente a questão da democracia. Democracia que nós percebemos que nesses dias de fundamentalismo de mercado, nesses dias de pensamento único neoliberal não é a tendência no mundo capitalista. A tendência no mundo capitalista, hoje, é ao contrário, é a restrição de democracia. Vemos isso na União Européia, onde os chamados órgãos econômicos, técnicos são os que decidem os rumos daqueles povos. O parlamento europeu pouco decide. As decisões são tomadas pelos tecnocratas. Restrição à democracia nós vemos nos Estados Unidos, onde a última eleição foi um escândalo internacional, onde hoje há toda uma tendência a restringir os direitos civis e as liberdades democráticas em nome do combate ao terrorismo, numa verdadeira ofensiva, Ver. Paulo Brum, de caráter neofascista no mundo. Situação que nós vemos também na democracia nos nossos países, Ver. Juberlei Bacelo, onde o poder econômico, o poder dos meios de comunicação reina e decide tantos pleitos, que são as grandes discussões feitas, Ver. João Antonio Dib, nesse encontro em Montevidéu.

O terceiro grande tema tratado neste encontro foi a questão da necessidade da unidade das forças populares, das forças democráticas, das forças progressistas e o seu Partido, Ver. João Antonio Dib, tem na sua sigla este termo: progressista. Então, é a questão da unidade popular do qual o Uruguai nos dá um grande ensinamento através da experiência da Frente Ampla criada já nos idos de 1971 e que, hoje, une amplos setores da sociedade uruguaia. E, inclusive, setores democratas cristãos, setores socialistas, setores comunistas, setores dos Blancos e dos Colorados, e que hoje é a principal força política no Uruguai e que dirige Montevidéu a tantos anos.

Por tudo isso, creio que muitos ensinamentos esse encontro me trouxe e eu trouxe para esta Casa, procurando nesses dez minutos compartir com todos os Vereadores que seguiram atentamente esta exposição. Penso com isso ter cumprido com o meu dever de relatar tudo o que lá se discutiu na sua essência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Apregoamos o Ofício nº 040/2001, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, comunicando a sua saída do Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB, e o seu ingresso no Partido Humanista da Solidariedade, o PHS.

Apregôo as Emendas nº 01 e nº 02 ao PLL nº 027/00.

O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quero registrar que ontem começou a 17ª Semana do Idoso, e houve um ato no Araújo Viana, onde aproximadamente mil idosos participaram com os diversos grupos da nossa Cidade.

Quero fazer alguns relatos relativos a esta questão da terceira idade, para outros maior idade e para outros a melhor idade. Porto Alegre, hoje, possui cento e cinqüenta mil pessoas com acima de 60 anos, e no ano de 2025 o Brasil vai ser o 6º país do mundo em população com acima de 60 anos; 15% da população do nosso País terá acima de 60 anos. O Brasil no ano de 2025 terá sessenta e cinco milhões de pessoas acima de 65 anos.

Quero fazer um registro relativo ao que está ocorrendo no nosso País, as distorções, principalmente no âmbito salarial. A Constituição Federal de 1978 não permite que os benefícios dos aposentados e pensionistas sofram perdas do valor real a partir da concessão. Hoje, infelizmente, não é o que faz o Governo Federal. Em agosto de 1996, o Conselho Nacional de Previdência Social reconheceu que os benefícios não tiveram assegurados os reajustes e os valores reais. Mas também, o que ocorreu em 1996? Foi extinto o Conselho.

Um detalhe, se continuar a atual política salarial, em relação aos aposentados, quem recebe hoje oito salários mínimos, em 2008 receberá apenas um salário mínimo. Essa é a defasagem que está ocorrendo.

Então, imaginem que em 2008 nós teremos no nosso País, aproximadamente, de trinta e cinco a quarenta milhões de idosos recebendo um salário mínimo.

A questão da saúde, então, vai ficar um caos total, no nosso País.

Por isso, quero ressaltar a necessidade de um Projeto de Lei Complementar, de iniciativa popular, que começou na Fundação dos Aposentados de São Paulo, que dispõe sobre revisão, reposição e manutenção dos valores dos benefícios da Previdência Social; mudança da expressão benefício para seguro social. Quer-se também o pagamento dos benefícios até o 5º dia útil da cada mês. E um detalhe importante, 100% do benefício do falecimento para a pensionista e a reinstalação do Conselho Nacional de Previdência Social.

Queremos ressaltar que esse Projeto foi protocolado na Comissão Legislativa e Participativa da Câmara Federal sob o nº 03/01, que é presidida pela nossa companheira do PSB, a Deputada Federal Luiza Erundina. E para esse Projeto continuar tramitando na Câmara ele precisa de um milhão e duzentas mil assinaturas. Atualmente, dez Estados já estão engajados coletando assinatura, e aqui no Rio Grande do Sul nós fomos procurados pelo Advogado Pedro Grosman, pelo Presidente da Federação dos Aposentados e Pensionistas do Estado de São Paulo, Sr. Antônio Carlos Domingues da Costa e formamos uma comissão no Estado para o lançamento dos abaixo-assinados do qual fui convidado a fazer parte.

Meus amigos e minhas amigas, quero ressaltar que essa luta dos aposentados é uma luta de todos, dos que já estão aposentados e daqueles que vão se aposentar.

O que é inadmissível no nosso País é, a cada dia que passa, ver o salário dos aposentados totalmente defasados e o preço dos remédios, cada dia, subindo absurdamente. Portanto, esse Vereador já conclama os demais colegas Vereadores para que, no início de outubro, possamos fazer um grande ato na Câmara de Vereadores para começarmos a receber as um milhão e duzentas mil assinaturas que são necessárias para essa Emenda ao Projeto de Lei Complementar da Previdência. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a minha vontade seria falar, neste momento, sobre o IPTU. Fui um dos que convidei o Ver. Nereu D’Avila para dialogar sobre essa questão, mas ele não quis. Aliás, coisa que ele declarou aqui desta tribuna; ele está falando sobre o que não sabe. É daquela forma que se faz: não li e não gostei. Ele vai se surpreender, o nobre e eminente Líder do PDT, com a proposta que virá a esta Casa sobre o IPTU. Aliás, proposta que não trata apenas de IPTU progressivo; progressividade é questão de justiça social, é outra coisa, e aumento de alíquota é outra coisa, mas isso no seu devido momento. Eu quero falar aqui sobre as ações intentadas pelo Montepio contra a Lei que foi aprovada nesta Casa e sancionada, em parte, com alguns Vetos pelo Sr. Prefeito. O Sindicato dos Municipários, o SIMPA, e o Montepio numa atitude inusitada fizeram uma ação cautelar inominada, objetivando a declaração de inconstitucionalidade de lei, em juízo singular; caiu na 4ª Vara da Fazenda Pública, onde a Dr.ª Maria José Schmidt Santana, aliás, Desembargadora já conhecida desta Casa, novamente relatou o Processo e decidiu. Ela falou estribada na doutrina, sobre o controle difuso da constitucionalidade da Lei Municipal, falou do controle abstrato da constitucionalidade da Lei Municipal, o controle concentrado e em nenhum deles deu guarida à pretensão do Montepio. E disse que a única possibilidade de controle abstrato de constitucionalidade de Lei Municipal frente à Constituição Federal é quando ela entra em rota de colisão com as normas da Constituição Federal. Isso é julgado aonde? no Supremo. O Supremo é que pode fazer esse debate. Quando a Lei Estadual repete a norma federal, quando ela recepciona e se está invocando a inconstitucionalidade estadual para ir ao Tribunal de Justiça, também não se está enfrentando o Tribunal de Justiça, está se enfrentando a inconstitucionalidade aonde? No Tribunal Federal, no Supremo.

Pois bem, o Montepio intentou, em ação cautelar inominada, atingir a inconstitucionalidade da lei e pediu suspensão da vigência da Lei Municipal, coisa que só pode ser feita pelo Senado, pedindo pelo Supremo ou pelo Tribunal de Justiça, quando for exclusivamente na competência do Estado. E o Montepio intentou mais uma vez e não levou. O caso concreto da Lei; o que dizia o Montepio? O art. 1º tem um referendo, sem referendo não existe a lei. Existe, vige em todos os dispositivos, dentro da sua plenitude, tal como determina qualquer lei que é sancionada em parte ou no todo. E a Juíza, ao discorrer longamente sobre o assunto, disse: “Este juízo é absolutamente incompetente para a demanda, eis que não se trata de controle difuso de constitucionalidade de Lei Municipal, mas de indisfarçável controle concentrado de constitucionalidade de Lei Municipal. Também não é caso de remeter ao Supremo”, Ver. Sebastião Melo, diz a nossa ilustre Desembargadora. “Portanto, com fulcro no art. 267, incisos 1º e 4º do CPC, Código de Processo Civil, indefiro a inicial e julgo extinto o feito.” Desapareceu.

Soube hoje, caso grave, que os contracheques das pensionistas não são mais entregues rotineiramente como seriam, lá no balcão ou no local ordinário de recebimento, mas pessoalmente pelo Presidente Mendelsky, que faz uma entrevista pessoal com cada pensionista na entrega de um contracheque que eu desconheço. E eu informo que, com fulcro na decisão que esta Casa tomou, e dentro das leis que regem esta Casa, a Cidade, o Estado e o País, está vigendo a Lei do Regime Próprio da Previdência Social dos Servidores Municipais de Porto Alegre. E mais, neste mês, Sr. Presidente, às pensionistas serão pagos os 100% dos seus vencimentos, dos seus proventos, a que fazia jus o falecido. Esta é uma questão importante que eu queria colocar, e voltaremos a falar sobre este assunto. Tenho cópia das ações que foram intentadas contra a Lei e a soberania desta Casa e do Município, e que não foram recebidos pelo Judiciário na sua 4ª Vara da Fazenda Pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, desde o momento em que esta Casa recebeu o Veto do Sr. Prefeito Municipal a várias disposições da Lei aprovada por esta Casa, ao final do mês de agosto passado, nós temos silenciado com relação a essa matéria, em que pese entendermos, Ver. Antonio Hohlfeldt, que o Veto apresentado pelo Sr. Prefeito Municipal é, a nosso juízo, uma forma de desconsiderar um esforço que a Casa fez no sentido de ajustar várias posições aqui em conflito, resultando na aprovação do Projeto de Lei com as Emendas que foram objeto do Veto.

Observei, e lamento a ausência momentânea do Ver. Cassiá Carpes, que objetivamente todas as propostas oriundas do trabalho do Ver. João Dib e do trabalho do Ver. Cassiá Carpes, foram objeto de Veto sob os mais diversos fundamentos.

Se venho à tribuna a esta hora, Sr. Presidente, é porque eu fico, Ver. Elói Guimarães, até surpreso, quando o Ver. Estilac Xavier vem à tribuna regozijar-se por uma decisão de uma eminente Magistrada do Estado do Rio Grande do Sul, e o faz dizendo que quem entrou em juízo reclamando pela vigência de uma Lei, que, no nosso entendimento, não está em vigor por um acondicionante que ela tinha no seu art. 1º, comando constitucional de todo o seu desdobramento. Se faz esses elogios à decisão do magistrado dizendo que isso demonstra que está sendo atacada a soberania da Casa, quando se busca, em juízo, uma declaração, segundo a qual, a lei só vigorará na sua plenitude quando ela tiver definido o Veto do Sr. Prefeito Municipal, que, ao vetar o art. 1º da Lei, coloca a opção única dos Vereadores desta Casa de, em derrogando o Veto, em não o acolhendo, restabelecer a Lei em toda a sua plenitude, e se assim não o fizer, inviabilizar a Lei por inteiro. Porque, se é verdade que hoje se festeja um equívoco profissional de alguém que buscou no Fórum inadequado uma declaração que deveria ser buscada em outra esfera, indiscutível também que, no momento adequado, e no Fórum adequado, essa reparação ocorra. Não há lei que não tenha o seu comando, e o comando da lei é - a técnica legislativa assim nos ensina -, inserido no seu art. 1º. Sempre foi e continuará sendo até que outra técnica legislativa possa surgir na cultura jurídica brasileira que até agora não surgiu.

Por isso, eu vim à tribuna tranqüilamente, pois sou um dos inconformados. Eu penso que agredida está a Casa, é com o Veto do Sr. Prefeito Municipal, que, de forma ostensiva, vetou toda a manifestação da Casa que não tivesse sido objeto da sua preferência, da preferência da sua Bancada. Todos aqueles elogios, que aqui foram feitos ao trabalho gigantesco do Ver. João Antonio Dib, ruíram por terra, porque as proposições, por ele recomendadas, foram sistematicamente, objeto do Veto do Sr. Prefeito Municipal.

Então, o festejo que aqui se faz é um festejo que eu não chego a entender. Eu acho que nós deveríamos estar tristes em saber que há posicionamentos judiciais a respeito de uma postura que me parece, Ver. Elói Guimarães, com todo respeito, uma postura autocrática, de quem interrompe o jogo democrático, e sabendo, inclusive, da possibilidade real, que eu espero que, efetivamente, venha a ocorrer, de que o seu Veto não seja acolhido. Mesmo assim o Sr. Prefeito Municipal entende de dar seqüência, atropelando as situações, querendo fazer com que uma política do fato consumado se realize. Isso só poderia gerar manifestações como as que estão ocorrendo, que, se forem juridicamente mal preparadas, têm como ser corrigidas.

Agora, o que não há como corrigir é a indiscutível agressão a esta Casa, que votou uma Lei, que construiu um processo de negociação ampla que envolveu a grande maioria desta Casa, que editou uma Lei com alguns requisitos, sendo os fundamentais aqueles frutos de toda uma negociação, de todo um trabalho no sentido de se obter uma postura consensual desta Casa, todos eles foram vetados pelo Sr. Prefeito Municipal. E agora se fala que aqueles que estão inconformados com esse procedimento estariam agredindo a Casa. Não! Agride a Casa quem põe em prática, de forma ilegal, uma legislação que nós votamos aqui e que está sub judice, na medida em que tem os seus principais fundamentos, os seus principais aspectos pendentes de uma decisão maior. E essa decisão maior é, indiscutivelmente, aquela que, no momento oportuno, soberanamente, esta Casa vai encontrar e a qual nós haveremos de nos curvar, porque, diversamente de outros, nós nos submetemos às regras do jogo democrático.

Sabemos que são as maiorias que definem essas situações, e, se a maioria definiu em grande parte contra a nossa posição pessoal e outras tantas de acordo com o consenso aqui estabelecido, essa postura tinha de ser respeitada. Não! Quer-se o confronto, Vereador, o confronto de quem quer o jogo do jeito que pretende que seja jogado, desconhecendo que, nesse processo todo, várias outras posições deveriam ser consideradas.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu concluo dizendo que não vejo motivos para festejos; é cedo ainda, porque alguns outros desdobramentos certamente, acontecerão. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a pirâmide salarial brasileira e, de resto, a estrutura salarial do País já apresentava distorções de toda ordem. Falta de isonomia, falta de critérios nos reajustes às diferentes categorias e se agravou, sobremodo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, e começa abrir fossos extremamente injustos, a partir da decisão da Lei Federal, quando faz o reajuste do último salário mínimo no País. Nós tínhamos um salário mínimo de 150 reais que passou para 180 reais, e a Lei permitiu que os Estados estabelecessem os seus pisos salariais, os seus salários mínimos. Isso remeteu para o interior da economia uma verdadeira discriminação fantástica, sem falar em outros aspectos, por exemplo, na medida em que se reajusta o salário mínimo, na ordem de 20%, não se reajusta para os aposentados, para os pensionistas do INSS, etc. em 20%, quando teria de ser. Imaginemos apenas o cidadão que ganhava 190 reais por exemplo, o salário mínimo foi elevado para 180 reais e ele recebe um reajuste de 5%.

Um erro gravíssimo, na minha opinião, que já está apresentando conseqüências graves e vai continuar, que é exatamente esse: a permissão para que Estados estabeleçam os seus salários mínimos. Isso determinou e está determinando um fantástico desajuste na economia.

Vamos pegar o caso do Rio Grande do Sul, em que foi estabelecido um piso salarial, se não me falha a memória de 200 reais, ou 220 reais, piso salarial nesses termos, isso aí, em conseqüência, cria na economia um reajustamento que determina um reajuste de preços, um realinhamento de preços. Pois bem, aqueles aposentados do INSS, que não tiveram um reajuste nessa base, serão penalizados, porque tanto quanto sabemos as mercadorias, os bens e as utilidades são comuns a todos. Todos são iguais perante o preço do leite, enfim, dos produtos, da alimentação, dos remédios, do transporte, etc. Então, quando se vaza a economia, como se vazou dessa forma, permitindo que um se escapasse daqui, outro se escapasse dali, num País que, embora seja uma federação, é um País único. Os nossos Estados e regiões estão sob o império da economia brasileira. Então, não se poderia de forma nenhuma, do ponto de vista da justiça salarial e da justiça social, que se permitisse que regiões pudessem estabelecer salários, pisos salariais, salários mínimos, porque isso cria uma discriminação entre pessoas, mesmo dentro do Estado ou da região. Basta pegar, por exemplo, setores do funcionalismo; bastar pegar os aposentados da Previdência Social, que não tiveram um reajuste capaz de se colocar e se readaptar ao crescimento que os preços, em conseqüência de reajuste salariais, tiveram. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não ouvi registro algum nesta Casa, e, portanto, por uma questão de coerência, quero fazer esse registro, comemorando a edição da Medida Provisória nº 2.208, de 17 de agosto de 2001, assinada, eventualmente, pelo Vice-Presidente da República, e que dispõe sobre a comprovação da qualidade de estudante menor de 18 anos nas situações que especifica.

Cresci, e, provavelmente, todos nós crescemos aprendendo a valorizar a chamada “carteira de estudante”, que nos era distribuída através dos grêmios estudantis, da UGES; depois, em nível universitário, através da UNE e dos DCE’s universitários. Na verdade, só muitos anos depois, percebi que, se a carteirinha de estudante, instituída nos anos 40, 50, dentro de uma política do Partido Comunista de aproximação da juventude brasileira, havia sido efetivamente uma conquista da juventude brasileira, na verdade, havia-se tornado monopólio de um grupo e, sobretudo, era uma situação de exclusão de um segmento talvez muito maior, porque a carteirinha de estudante era só do jovem estudante. Jovem que não estudasse, e nós os temos aos milhões neste País, ficava sem qualquer direito de ter uma identidade própria, de ter um tratamento diferenciado, e, sobretudo, de pleitear qualquer uma daquelas vantagens que se concediam ao estudante portador da carteirinha estudantil. Pois a Medida Provisória nº 2.208 - que resulta, dentre outros, do Movimento da Social Democracia Estudantil, que é um segmento mobilizado de estudantes que surgiu no interior da UNE, e que se opõe à tendência, à orientação que a UNE vem tendo, ao longo das últimas décadas -, vem corrigir essa situação. Através dessa Medida Provisória, nós vamos parar de discriminar jovens que são estudantes e jovens trabalhadores, por exemplo, que não podem ser estudantes, quer de 1º, 2º ou 3º grau. A Medida Provisória diz claro que a qualificação da situação jurídica de estudantes para efeito de eventuais descontos, tanto no caso de eventos culturais, esportivos e de lazer será feita para exibição de documento, mais do que isso, diz que também o jovem não estudante terá direito a ter uma identidade e, por conseqüência, termina com o monopólio da UNE, acaba com o monopólio da União Nacional de Estudantes. Não proíbe a UNE de continuar fazendo a sua carteirinha, mas termina com o monopólio da UNE em relação a carteirinha estudantil, e abre a possibilidade para várias entidades, entidades que trabalham com os jovens poderem emitir uma carteirinha paga ou gratuita, dependendo obviamente da opção que a entidade fizer. Hoje, nós somos obrigados a pagar para a UNE, e tanto debate já deu em torno de para aonde vai o dinheiro da UNE, se fica realmente na entidade estudantil, ou se é desviada para outros lugares. Se nós chegarmos a ter entidades que possam emitir a carteira gratuitamente, isso será possível, bastará que essas entidades mostrem, por exemplo, a uma empresa patrocinadora a vantagem de trocar o financiamento da carteirinha pelo acesso ao cadastro de nomes e endereços desses jovens estudantes, nós teremos um patrocinador e teremos obviamente uma carteirinha emitida com absoluta gratuidade; mas, sobretudo, na perspectiva que se preocupou o Governo Federal, nós não vamos ter mais a exclusão do jovem não-estudante, de uma certa maneira, diminuído em relação ao jovem estudante. Esse me parece que é o grande ganho dessa Medida Provisória nº 2.208, que, curiosamente, recebe condenação de alguns segmentos que, obviamente, sempre são contrários ao Governo Federal.

De toda maneira, parece-me, por questões de coerência, as propostas de emendas em relação à Medida Provisória deverão, no mínimo, fazer esse respeito básico: que se pare de separar jovens estudantes e jovens não-estudantes, que foi o grande mérito dessa medida. Que de agora em diante, nós tenhamos os jovens no Brasil até 18 anos, por vezes, na Europa até 29 anos, que é a idade formal de juventude nos países europeus... mas, que, sobretudo, se respeite o jovem no seu todo e não só aquele segmento que eventualmente pode entrar numa escola. Bem-vinda a Medida Provisória nº 2.208. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. HUMBERTO GOULART: Sr. Presidente, eu queria convidar os Srs. Vereadores, as Sr.as Vereadoras e todos os funcionários desta Casa - e é um convite difícil que tenho que fazer aqui - para a missa, articulada pelo nosso gabinete e do Ver. João Carlos Nedel, que será rezada pelo Frei Achiles Chiapin, às 18h de amanhã, dia 25, na Capela da Câmara, em intenção da alma da nossa querida Enilda Rosa Prestes, nossa Taquígrafa, recentemente falecida. Queria convidar todos os presentes para a missa, amanhã, às 18h.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, este Vereador consultou as Bancadas presentes no Plenário e requer que o PLL nº 201/00 seja o primeiro Projeto a ser apreciado e depois voltemos a ordem natural. É um Projeto de nossa autoria que oficializa a instituição dos jogos municipários da terceira idade. Nós estamos, nesta semana, na semana do idoso. Penso que seria uma boa homenagem dos Vereadores de Porto Alegre se este Projeto fosse discutido e aprovado.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, eu desejo apenas fazer um registro: são 18h05min, e nós temos vinte e nove Vereadores no Plenário, o mesmo número de Vereadores que nós tínhamos sexta-feira depois do feriado de quinta-feira. Penso que esta Câmara trabalha bem.

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Importante o registro de V. Ex.ª. Colocamos em votação o Requerimento de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 3011/00 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 201/00, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que institui a Olimpíada Municipal da Terceira Idade. Com Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Ervino Besson: pela aprovação do Projeto e do Substitutivo nº 01;

- da CECE. Relatora Ver.ª Sofia Cavedon: pela rejeição do Projeto e pela aprovação do Substitutivo nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL nº 201/00, com Substitutivo nº 01, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. (Pausa.) Encerrada a discussão (Pausa.) Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 201/00. O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos propondo a oficialização dos jogos municipais da terceira idade, uma promoção anual da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação. O objetivo básico é fazer com que Porto Alegre possa ter esse tipo de atividade.

Falamos, ainda hoje, nesta Sessão, que o Município de Porto Alegre tem cento e cinqüenta mil pessoas acima de 60 anos. É um contingente grande, o Ver. João Dib olha meio espantado, mas são dados concretos. Esses Jogos da 3ª Idade não têm, simplesmente, uma característica desportiva, mas têm uma característica lúdica, uma característica de congraçamento, de envolvimento das pessoas para se conhecerem cada vez mais. Hoje, grandes cidades do mundo fazem esse tipo de evento. E Porto Alegre, então, vai ser contemplada.

Fico muito feliz que hoje, quando está sendo comemorada a 17ª Semana do Idoso, nós possamos aprovar, aqui nesta Casa, os Jogos Municipais da 3ª Idade, que eu tenho certeza de que, a cada ano que passar, será, sem sombra de dúvida, um dos grandes eventos da Cidade; um evento desportivo, lúdico, de lazer e de recreação.

Por isso, solicito aos nobres colegas Vereadores que aprovem este Substitutivo. Na realidade, foi por uma questão de nomenclatura, de “olimpíada” para “jogos”, porque olimpíadas ficaria mais ligada à questão de jogos olímpicos, então ficou essencialmente na questão de jogos. Essa foi a alteração. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. Estilac Xavier está com a palavra para encaminhar o PLL nº 201/00, com Substitutivo nº 01.

 

O SR. ESTILAC XAVIER: Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Vereadores, encaminharei favoravelmente ao Substitutivo nº 01 aposto ao PLL nº 201/00, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que oficializa a instituição dos Jogos Municipais da 3ª Idade como promoção anual da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Recreação. Faço isso, porque considero de alta relevância social, e a nossa Bancada assim também entende, a proposta do Ver. Carlos Alberto Garcia.

Ontem, inclusive, estivemos – fazendo uma correlação com a matéria – participando, Ver. Carlos Alberto Garcia, da abertura da Semana do Idoso, de Porto Alegre, que teve como local o Auditório Araújo Vianna e o Parque Farroupilha. Lá se encontravam pessoas das mais variadas localidades de Porto Alegre, todas elas valorizando a idéia da terceira idade participando das ações públicas e fazendo com que se interprete que a nossa Cidade é uma Cidade que valoriza as suas gerações anteriores, que as prestigia e que isso aqui tem a ver também com a questão da saúde, a saúde física e a saúde mental.

Então, a nossa Bancada, que já na figura deste Vereador, requereu o desarquivamento de um Projeto do ex-Vereador Cyro Martini, que trata sobre a questão dos idosos, sobre a questão que diz respeito ao Conselho Municipal do Idoso e as suas regulamentações e qualificações, que esta Casa vai receber, em breve, visita de delegações de representações de vários pontos da Cidade; de clubes que se organizam em torno da terceira idade para aspectos sociais recreacionistas, políticos, no que diz respeito à intervenção da sua cidade, no que diz respeito à sanidade física e mental, nós também acolhemos aquele pedido do Ver. Cyro Martini e de grupo de pessoas interessadas para que esta Casa pudesse se debruçar de novo sobre essa matéria.

Portanto, a sua proposta de oficializar os jogos da terceira idade em vinculação com a Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Recreação é de alto mérito e coloca a nossa Cidade, mais uma vez, como uma Cidade que se preocupa com o cidadão que nasce até o último dia que estiver nesta Cidade como uma capital que tem preocupação com a qualidade de vida de todos, e mais ainda, quando se valoriza a sabedoria que está concentrada nessas pessoas, quando se valoriza aquilo que elas têm de dar ainda para a sociedade e que nós não possamos reduzir as pessoas ao seu extrato, que é aquele momento de vitalidade da vida, em que se retira dela as cargas de trabalho, as mais valias e a exploração, para se sobrepor os interesses da humanidade a respeito da mercadoria.

Então, Ver. Carlos Alberto Garcia, quando o seu Projeto, que é um Projeto aparentemente simples, instituição de jogos de 3ª idade, ele traz uma interpretação muito clara daqueles que valorizam as pessoas que têm experiência e as pessoas que podem contribuir decisivamente com os destinos da nossa Cidade. Todos nós sabemos que as sociedades regradas, as sociedades que se civilizaram têm sempre, na sua 3ª idade, a fonte de sabedoria, de orientação, a fonte de percepção e equilíbrio, onde o extremo necessário, que existe na rebeldia da juventude, que é muito importante para os avanços da sociedade, tem, no outro lado, a palavra ponderada da experiência que se pode colocar a serviço também do crescimento e da civilização. Ver. Carlos Alberto Garcia, o seu Projeto está dentro desse contexto, por isso que ele se incorpora. As medidas que a Administração Pública fez ontem, referindo-se à Semana dos Idosos, Ver. Reginaldo Pujol, inaugurada no auditório Araújo Viana, agora nós temos no desarquivamento do Conselho Municipal dos Idosos para aperfeiçoar a lei e agora na oficialização do seu Projeto. Por isso, a nossa Bancada encaminha favoravelmente, parabenizando a iniciativa do Ver. Carlos Alberto Garcia. Esperamos que esta Casa dê guarida e vote por unanimidade este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para encaminhar o PLL nº 201/00, com Substitutivo nº 01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada, preciso esclarecer por que votei favoravelmente à alteração da Ordem do Dia. O Ver. Carlos Alberto Garcia, em momento oportuno, sugeriu que se alterasse a Ordem do Dia, porque esse era o momento de votar o Projeto de autoria do Vereador, por isso votei favoravelmente, e sempre que ocorrer fato idêntico eu estarei ao lado de quem fizer a proposição. É inteligente e importante, a minha Bancada vai aprovar por unanimidade, a Casa vai aprovar com unanimidade, com certeza, o Projeto de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia. Mas eu não seria correto comigo mesmo, se eu não colocasse algumas questões aqui.

Primeiro ele apresentou um Projeto de Lei instituindo a Olimpíada Municipal da 3ª Idade. E a Procuradoria dizia que não há impedimento de ordem jurídica à tramitação da matéria. Mas, analisando melhor, o Vereador, com a sensibilidade que o caracteriza, concluiu que deveria - ao contrário da Olimpíada, que é algo que pode querer impressionar - instituir Jogos Municipais da 3ª Idade, promoção anual da Secretaria Municipal de Esportes Lazer e Recreação. Absolutamente correto! O Projeto de Lei era menos agressivo do que seu Substitutivo. No Substitutivo, com muita inteligência, fica oficializada a instituição de jogos. A participação dos interessados faz-se da seguinte maneira: o Poder Executivo fica autorizado a regulamentar a Lei. Agora, o art. 4º eu não entendo como passou pela Procuradoria incólume. O art. 4.º diz que: (Lê.) “As despesas decorrentes desta Lei correrão por conta de receitas orçamentárias específicas e a critério do Poder Executivo, de contribuição ou participação da iniciativa privada.” Contribuição ou patrocínio da iniciativa privada, isso está absolutamente correto. Mas determinar que as receitas orçamentárias da Prefeituras enquadrem esta magnífica colocação que são os Jogos Municipais da 3ª Idade não está matematicamente correto, financeiramente correto.

Mas eu duvido, Ver. Carlos Alberto Garcia, que o Prefeito venha a vetar o Projeto de V. Ex.ª, porque hoje eu ouvi o Prefeito falando que há cento e cinqüenta mil pessoas com mais de 60 anos em Porto Alegre, e V. Ex.ª, quando falava, viu que eu me assombrei com os números, não sei se são estes, mas sejam eles em número de cinqüenta mil, sessenta mil, oitenta mil, eles merecem a atenção e o carinho dos representantes do povo de Porto Alegre. V. Ex.ª, portanto, tem o nosso aplauso e o nosso voto. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o PLL nº 201/00, com Substitutivo nº 01.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu estava informado de que o Ver. Elói Guimarães estava inscrito antes de nós, mas julguei que o Vereador tivesse desistido por uma razão qualquer. Agradeço a ele a compreensão que nos permite usar esta tribuna antes dele, correndo o risco de entender que nós estaríamos impedidos para tratar dessa matéria, na medida em que dizem que nós estaríamos legislando em causa própria. Mas, como o Ver. Carlos Alberto Garcia não diz, exatamente, qual é o limite da 3ª idade, eu, que me encaminho para os 62 anos de idade, acho que já estou incorporado no rol daqueles que terão condições de se inscrever nessas competições, que, pela proposição do Ver. Carlos Alberto Garcia, deverão ocorrer ciclicamente na Cidade de Porto Alegre, sob a denominação de Jogos Municipais da Terceira Idade, conforme prevê o Projeto, Substitutivo nº 01, que altera a proposta originária que era instituir a Olimpíada Municipal da Terceira Idade.

Aconselhamentos dados ao Ver. Carlos Alberto Garcia o levaram a modificar a ementa desse Projeto, o que não modifica de maneira nenhuma, o que não altera, de modo algum, a sua proposição inicial, que era a de fazer essa promoção esportiva envolvendo a chamada 3ª idade, cuja delimitação, falando com a mais absoluta seriedade, surge no Brasil, hoje, como um fenômeno novo. Lembro-me bem que, algum tempo passado, na minha meninice, os 50 anos de idade, Ver. Haroldo de Souza, eram festejados com um entusiasmo fora de série, eram quase que o prenúncio do anúncio do fim, e os 60 anos de idade eram então uma gratificação fora de série, porque raras eram as pessoas deste País que alcançavam os 60 anos de idade. Hoje várias pessoas se encontram, entre as quais eu, superando esse limite, e passou a ser da maior naturalidade as pessoas deste País alcançarem 70 anos, 75, 80 e aí por diante. Eu estive presente, há pouco tempo, numa festa de 100 anos de uma senhora que, durante a festa, dançou a valsa, cantou, tocou gaita, mostrando-se em plena vitalidade.

Então, há essa reformulação. E, dentro desse processo sociológico, existem figuras novas, emergem novas situações. Hoje, inclusive, as agências de viagem por este País afora têm, na 3ª idade, o seu maior potencial, porque são pessoas que têm disponibilidade de tempo, grande parte delas já gozando – com toda a justiça – a aposentadoria, com tempo para se deslocar e não raro com algum recurso feito com uma poupança de trabalho de uma vida toda. Então, a iniciativa do Ver. Carlos Alberto Garcia, que poderia parecer até destituída de fundamentações maiores, tem esse condão, esse fio condutor, de levar essa nova realidade.

Por isso, Ver. Carlos Alberto Garcia, V. Ex.ª, que busca se esclarecer com aqueles que melhor qualificam a sua proposta, que são os Vereadores Pedro Américo Leal e João Antonio Dib - que me precede nas honrarias de sermos homenageados com a constituição de uma competição que envolve o nosso grupo etário -, V. Ex.ª, ao apresentar esta proposta que o Ver. Estilac Xavier declarou ser uma proposta simples... E aí eu me lembrei, Ver. Estilac Xavier, do meu grande mestre nesta Casa, que é o Ver. Pedro Américo Leal, que diz o seguinte: “Parece incrível, as coisas simples são aquelas mais difíceis de serem feitas, porque as pessoas teimam em não querer fazer as coisas simples.” E o Ver. Carlos Alberto Garcia, fazendo a coisa simplificadamente, propõe um belo Projeto e está justificada esta Sessão Legislativa pela sua aprovação, creio eu, unânime.

Com toda a certeza, esta Casa haverá de propiciar, aprovando este Projeto, uma homenagem à sensibilidade desse jovem que se encaminha também para a 3ª idade e que, lá chegando, já estará confortado por saber que outros, com antecedência, prepararam o caminho para que esses bons fatos ocorressem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar, em nome do PTB, o PLL nº 201/00, com Substitutivo nº 01. Solicitamos aos Srs. Vereadores que mantenham silêncio no Plenário.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, quanto a mim, V. Ex.ª se despreocupe, porque eu já disse que falo para a história e para os Anais. Compreendo essa movimentação de Plenário natural dos parlamentos. Falamos também aos telespectadores que nos acompanham, e são em número significativo, pois o Canal 16 tem tido uma excelente audiência. Tenho encontrado pessoas na rua que me dizem que têm assistido à TV Câmara. Vejam a nossa responsabilidade! Quando se inaugurava a TV Câmara, eu dizia que seria um marco: a Câmara Municipal até a TV Câmara e da TV Câmara para frente, porque as nossas palavras, os nossos pensamentos, a nossa opinião, os nossos gestos passam a ser apropriados pela população que passa a nos julgar.

Mas este Projeto de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia é excelente. É excelente porque a 3ª idade foi uma verdadeira revolução que ocorreu no País; uma verdadeira revolução, porque isso criou um fato que eu reputo ter remoçado um segmento da população que vai atingindo 50, 60 ou mais anos. Nós tivemos um período onde a figura do idoso ficava relegada a um plano de quietude, de situação quase que invisível. A 3ª idade, esse fenômeno que ocorreu em nosso País, num determinado momento, é uma verdadeira revolução, porque trouxe o idoso, se assim o podemos chamar, com essa nominação de 3ª idade, para o cotidiano, para o cenário da vida, enfim. E esta Olimpíada estende uma atividade a mais. É bom que se diga que os grupos de 3ª idade, os mais diferentes, espalhados pela nossa Capital e pelo Interior, já têm as sua competições nos mais diferentes campos. Eu já tenho encontrado grupos de 3ª idade, Ver. Carlos Alberto Garcia, jogando futebol, basquete - sem falar naquelas competições de mesa -, também jogam bocha, que é um esporte masculino, mais preferido pelos homens, e tudo isso é extremamente importante porque faz terapia, na medida em que as pessoas, já atingida uma determinada idade e aposentados, precisam-se movimentar. Estão aí as nossas quadras e canchas que as pessoas de 3ª idade utilizam. Os bailes, por exemplo, que a 3ª idade freqüenta têm prestígio, pois para lá acorre muita gente que não está na 3ª idade, dado que há todo um ambiente de fraternidade, de confraternização extremamente sadio. Isso é importante. Isso é um exercício da cidadania. Isso é, por assim dizer, a concretização, a cristalização da nacionalidade.

Então, Ver. Carlos Alberto Garcia, receba os nossos cumprimentos, é um Projeto que vem a atender, exatamente, aos anseios da 3ª idade, faixa etária essa que fez, em nossos tempos, uma verdadeira revolução. A 3ª idade foi uma revolução que recriou a figura do homem que, num determinado momento da vida, já estava um tanto relegado a um segundo plano. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para encaminhar o PLL nº 201/00, com Substitutivo.

 

O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós vamos fazer um encaminhamento rápido, mas não poderíamos, diante de um Projeto com esse conteúdo, deixar de fazer o encaminhamento favorável do PC do B, parabenizando o Ver. Carlos Alberto Garcia.

Acreditamos que a votação deste Projeto no dia de hoje é uma homenagem importante àqueles que ingressam na chamada 3ª idade, anteriormente conhecidos como idosos, o que se costuma considerar a partir dos 60 anos. Eu gostaria de dizer que, nos dias de hoje, a possibilidade de vida real, em tese, chega até os 100 anos, como tivemos o nosso grande Barbosa Lima Sobrinho, um homem lúcido até cento e poucos anos; particularmente, no PC do B, a figura lúcida de João Amazonas, Presidente Nacional do Partido, que, no próximo dia 1º de janeiro, completará 90 anos, e o ex-Vereador Elói Martins, desta Casa, homens lúcidos. E ainda há inúmeros outros casos. Nós diríamos da importância de um projeto que permite uma vida saudável, uma vida física ativa a tantas pessoas, com o próprio aumento da expectativa de vida na nossa sociedade, onde se prevê que, dentro de pouco, 15% da população terá mais de 60 anos. Acreditamos inclusive, Ver. Humberto Goulart, que muitas pessoas não chegam à idade mais avançada pela falta de oportunidade de exercício físico e da sua valorização. Então, tantas experiências acumuladas, verdadeiros repertórios de experiência social deixam de vicejar, às vezes, por questões menores, como o incentivo a uma vida física ativa e a sua valorização.

Por isso a Bancada do PC do B encaminha favoravelmente e irá aprovar, certamente, este Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 201/00. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade. Acabamos de votar o Substitutivo nº 01 ao PLL nº 201/00. APROVADO.

Visualmente não há quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h37min.)

 

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